09 outubro 2014

Aquisições: um bom meio de ganhar mercado

Na nossa visão, a aquisição de G.E. Eletrodomésticos daria a Electrolux mais exposição ao segmento da linha premium nos Estados Unidos, além de melhorar as negociações com fornecedores, sem falar que irá ampliar mercado em que a mesma tem pouca pulverização

A Electrolux anunciou a compra da linha de eletrodomésticos da GE, estratégia que vem expandir seus negócios na América do Norte, um dos maiores mercados para os eletrodomésticos. A Electrolux é uma das maiores fabricantes mundiais de eletrodomésticos e equipamentos industriais e, no ano passado, apresentou uma receita de cerca de US $ 15 bilhões, já a divisão de eletrodomésticos da GE alcançou US $ 5,7 bilhões em receita no mesmo período.

Para Electrolux que tem um share de cerca de 29% no mercado americano, essa combinação com a GE deve representar quase 50% do Market share americano. Segundo a Electrolux, a complementariedade de ambas as marcas é um fator determinante para o crescimento da companhia, que é líder no segmento premium, mas também é forte com a marca Frigidaire, número 1 em vendas no mercado de massa. O portfolio será ampliado com os produtos luxuosos da GE e já consagrados no mercado norte americano, como a linha voltada ao café. Além da sinergia de linhas de produtos, a companha espera economizar alcançar uma economia anual de US $ 300 milhões.

Na nossa visão, a aquisição de G.E. Eletrodomésticos daria a Electrolux mais exposição ao segmento da linha premium nos Estados Unidos, além de melhorar as negociações com fornecedores, sem falar que irá ampliar mercado em que a mesma tem pouca pulverização. Esse é um exemplo de duas grandes empresas, mas essa estratégia voltada ao cenário brasileiro é muito pertinente e acreditamos que o empresariado deva iniciar um olhar para aquisições como estratégia para crescimento. O primeiro objetivo de uma aquisição e de uma fusão é alavancar vendas em função de várias razões.

Como no caso da Electrolux GE, havia uma complementariedade de marcas e de canais de vendas, ponto principal e primário que mobilizou o interesse no negócio. Adquirir uma concorrente, mesmo pequena, digo sobre o mercado brasileiro, pode sim ser a maior jogada para a empresa. Hoje, a concorrente, por exemplo, pode ter força e presença no varejo e uma outra empresa em canais de farmácia, ou podem vislumbrar complementariedade geografia (sul e sudeste) em termos de canais de vendas.

Essas razões, incluindo fato de terem produtos similares, torna a fusão uma estratégia que aumentará a capilaridade dos canais de venda. Como vimos no processo da Electrolux, o interesse na fusão tem também a redução de custos, mesmo não sendo o principal motivo da ação. A racionalização de custos com a fusão é evidente, principalmente, quando se trata da unificação das áreas. Por exemplo, se há um volume de compras maior, se ganha um valor maior de barganha, ou seja, comprar 50 milhões ou 100 efetivamente precisa da mesma equipe, o que induz a redução de quadro colaborativo. No final, você acaba ficando com área financeira de compra bem menor do que a soma das duas empresas. O intuito é eliminar as áreas em duplicidade.

De todo modo, podem existir outras razões, o tamanho crítico abaixo de uma certa escala não faz sentido operar. Por exemplo, um frigorífico abaixo de 200 mil aves por dia, não consegue preço competitivo e “patina” diante da concorrência.

Outra razão é a integração. Há a possibilidade de integração de empresas não similares, mas que sejam complementares. Se duas empresas, um fornece matéria prima e a outra fabrica, ambas podem unirem forças e definitivamente pode ter impacto nos custos da empresa. Então, essa integração faz sentido em razão de custo e garantir os canais de venda, buscando compra vantajosa para empresa que faz o produto. Para empresas de serviços, agregar competência é uma ótima jogada, principalmente com competências complementares.

Para concluir, as consolidações em alguns setores são muito frequentes e, cada vez mais, percebemos que essa é a saída para o crescimento e o fortalecimento no mercado nacional e internacional. Hoje é uma questão de sobrevivência a longo prazo vislumbrar aquisições de empresas. * Por Vincent Baron - é franco brasileiro e sócio-diretor da Naxentia, empresa que presta consultoria de gestão e negócios. É especializado em processos de fusões & aquisições (M&A), turnaround, reestruturação, compra e venda de empresas brasileiras e estrangeiras. Leia mais em administradores 07/10/2014

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