A família do empresário Abilio Diniz anunciou, na terça-feira, 23, a compra de ações da companhia de ensino Anima Educação, dona da faculdade São Judas Tadeu em São Paulo. A aquisição de 5 milhões de ações ordinárias, equivalentes a 6,03% do capital da empresa de educação, é vista como parte do processo de diversificação de investimentos dos Diniz depois de concluída a venda de papéis que Abilio e herdeiros ainda possuíam no Grupo Pão de Açúcar (GPA).
A Península, como é chamado o braço de investimentos em participações da família Diniz, comprou ações que foram vendidas pelo fundo BR Educacional, que passa a ter 4,14% de fatia na Anima. As partes não informaram o valor da transação, mas, segundo fontes com conhecimento do assunto, os papéis foram vendidos num valor próximo de sua cotação na Bolsa. Considerando o preço das ações da Anima no fechamento de ontem, a família teria investido cerca de R$ 138 milhões.
Existe ainda, segundo fontes, a expectativa de que a família Diniz possa ter representação no conselho de administração da Anima. O próprio BR Educacional, ligado ao Bozano Investimentos e ao economista Paulo Guedes, ocupa hoje uma cadeira no conselho. Um nome cogitado é o de Ana Maria Diniz, que dirige o Instituto Península, braço de investimentos sociais da família e que tem uma atuação em educação por meio do Instituto Singularidades, de formação de professores. O acordo de compra de ações já firmado entre as partes não prevê essa possibilidade, mas as fontes afirmam que a negociação de um assento no conselho está em andamento.
Essa não é a primeira investida da família Diniz no setor de educação. A Península tem participação na Mind Lab, companhia especializada em sistemas de aprendizagem.
Diversificação
A aquisição de 6% da Anima Educação é um dos investimentos mais relevantes feitos pela Península depois da compra de ações na companhia de alimentos BRF, que tem Abilio Diniz como presidente do conselho de administração desde o ano passado.
Na empresa de alimentos, o empresário investiu perto de R$ 1 bilhão para adquirir 2,76% de participação até o início deste ano, segundo divulgou a companhia à época. Abilio ainda investiu, em conjunto com a Tarpon, na Dufry, rede que opera lojas em aeroportos. No ano passado, os dois dividiam pouco mais de 5% da companhia, em um valor estimado em R$ 498 milhões. Em comunicado, a Península afirmou que a operação "faz parte da estratégia de diversificação de investimentos, que tem a educação entre seus principais focos".
A BR Educacional já vinha reduzindo sua participação na Anima. Antes da abertura de capital, o fundo detinha mais de 30% das ações. O movimento de desinvestimento é considerado natural para um fundo de private equity, que compra participações em empresas para vender, no futuro, com lucro.
Entre os meses de maio e julho, a Península vendeu ações do GPA, fundado pelo pai de Abilio, levantando perto de R$ 2 bilhões. Na ocasião, a empresa disse que estava focada na diversificação do portfólio. Nos últimos meses, o empresário também comprou ações do Carrefour, o que levantou rumores à época de que Abilio Diniz ensaiava uma retomada ao varejo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. Por Dayanne Sousa | Estadão
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