12 setembro 2014

3 razões para acreditar que "boom" dos shoppings está longe do fim

"Quando dizem que existe um excesso de oferta de shoppings eu não acredito, tem uma demanda reprimida do mercado consumidor brasileiro". A opinião é de Michel Cutait, especialista em shopping center e varejo e diretor executivo da Make it Work. Ele defende que o mercado brasileiro começou a acessar o consumo realmente há cinco anos e essa vontade de consumir ainda é muito nova.

Para ele, o que tem acontecido é que a demanda está reprimida por conta de uma situação econômica desfavorável, mas ainda assim a população não tem parado de consumir.  "Quando a Forever 21 chegou ao Brasil, em março deste ano, desembarcando diretamente no Shopping Morumbi, o seu estoque que estava programado para 3 meses se esgotou em 15 dias - dando mais um exemplo de que a demanda reprimida. Quando vem um produto de qualidade e com bom preço, as pessoas vão às compras", comenta.

Ou seja, o problema não tem sido um excesso de oferta, defende, citando como primeiro exemplo o número de empreendimentos que existem hoje no País. Até agosto deste ano, o número de  shoppings em operação no Brasil era de 504 , enquanto nos Estados Unidos (considerando somente empreendimentos com mais de 11 mil metros quadrados Área Bruta Locável) contabilizava até o mesmo mês 10.970 shoppings. " Não que dê para comparar a renda de lá com a do Brasil, mas somente pelos números dá para ver que ainda tem muito espaço para crescer, principalmente fora do eixo Rio-São Paulo, onde vemos disparado a maior concentração de shoppings".  

Um segundo ponto abordado por ele é que nos últimos anos o que tem se visto é uma falta de variedade dos varejistas. "Precisaria regionalizar o varejo. Faltam varejistas em quantidade e variedade. Junto a isso tem a questão que os empreendimentos precisam passar por uma revitalização. As construções novas são parecidas com os modelos que deram certo no passado. "Há carência de novidade".

Para ele, a demanda reprimida de décadas vai continuar alimentando o crescimento dos shoppings. O Brasil é um terreno ainda bastante fértil para esse mercado, comenta. Em sua avaliação, o País tem muito para crescer em termos de oferta e varejo, e não parece que o consumidor esteja maduro, como já está acontecendo com o mercado europeu e americano. A economia fraca pode até interferir na compra, mas enquanto as pessoas precisarem e desejarem consumir, haverá espaço para desenvolvimento de shoppings, conclui. InfoMoney  Leia mais em Uol 11/09/2014


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