Pesquisa trimestral mostra futuro preocupante.
Pela primeira vez, em quase 20 anos, a economia brasileira tem um impacto DEVASTADOR no mercado de tecnologia. Em recente pesquisa junto a 2.500 empresários de tecnologia do mercado brasileiro, 30% apontou ter faturado menos no primeiro semestre de 2014 comparativamente ao primeiro semestre de 2013. Os resultados do primeiro trimestre foram ruins, mas do segundo trimestre foram péssimos. Os empresários, pela primeira vez na história, estão alarmados e projetam um crescimento de 6.65% para um mercado que vinha crescendo, nos últimos 20 anos, a taxas de 12 a 13% ao ano.
Os executivos de empresas menores estão mais otimistas. Chegam a prever um crescimento de 12% para o mercado de tecnologia e de até 3% de crescimento para o PIB. Estes mesmos empresários tem relatado, nas últimas 6 pesquisas trimestrais que fizemos, que o seu resultado “efetivo” foi abaixo do “planejado”. Portanto, este “otimismo” dos executivos de empresas menores não se reflete em realidade. Mesmo assim, eles continuam com expectativas otimistas e, na próxima pesquisa, irão relatar que, novamente, não atingiram seu planejado.
Os executivos de empresas maiores tem mais e melhores informações sobre o mercado e conseguem prever com mais precisão os impactos da economia no crescimento do mercado brasileiro de tecnologia, e nas últimas 6 pesquisas trimestrais, relataram ter um resultado “efetivo” igual ao “planejado”. Estas empresas maiores se reposicionaram no mercado, ainda no final de 2013, lançando novas ofertas e buscando novos mercados, com um investimento de marketing e vendas que está fora do alcance do pequeno empresário.
O planejamento e a disciplina na execução tem feito com que as empresas maiores tenham melhores resultados dos que as empresas menores, então, o dinheiro está mudando de mãos, acelerando o processo de consolidação de mercado.
O mercado brasileiro de tecnologia, que nos últimos 10 anos tem sido o primeiro colocado em número de transações de fusões e aquisições, registra agora, que 61% dos entrevistados está interessado em vender total ou parcialmente sua empresa. Os empresários menores citam como uma das principais preocupações, para os próximos 2 anos, a sucessão empresarial.
Mas as empresas não deveriam estar buscando tecnologia como forma de minimizar os impactos da crise? Usar a tecnologia para reduzir custos e aumentar as vendas?
Segundo a pesquisa, os empresários de tecnologia nunca geraram tantas propostas, mas “o fechamento simplesmente não acontece”, mesmo colocando todos os esforços e recursos possíveis na área de vendas. A grande exceção são os parceiros de grandes empresas de ERP (Sistemas de Gestão Empresarial) que estão vendendo muito mais do que conseguem entregar.
Esta crise tem feito com que as empresas de tecnologia foquem suas equipe de vendas em clientes maiores, ao invés do famoso SMB (pequenas e médias empresas). Esta estratégia só vai dificultar ainda mais as vendas – já que o “lago” onde ficam as grandes empresas é bem menor e todos estarão tentando pescar lá.
As eleições passam a ser uma preocupação cada vez maior. Os entrevistados dizem que a insegurança sobre o resultado tem feito com que seus clientes “coloquem o pé no freio”. Cerca de 30% citaram o fato de que, nos próximos meses, teremos uma “guerra sanguinolenta” no cenário eleitoral – assustando investidores e tornando os clientes mais cautelosos em investimentos com tecnologia.
Os empresários acham que a crise se estenderá até 2016 e ela está sendo, infelizmente, muito perniciosa e implacável com os pequenos empresários de tecnologia. Este pequeno empresário de tecnologia tinha pequenos clientes e os ajudava a usar a tecnologia para sair da crise, então, o pequeno empresário, de tecnologia ou não, sofrerá muito com a crise.
Neste momento ter um BOM planejamento e BOA execução passa a ser primordial para a sobrevida dos empresários. Ainda está em tempo de pensar estrategicamente seu negócio e montar um bom plano. Por Dagaberto Hajjar | Leia mais em Advance 11/08/2014
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