Até essa altura do ano não se passaram quatro dias completos sem que alguma das gigantes da tecnologia fizesse a aquisição de uma empresa. Até parece que os termos da negociação são discutidos por WhatsApp – o aplicativo de mensagem, aliás, foi uma das compras mais faladas do ano, quando o Facebook tirou a aranha do bolso e ofereceu US$ 16 bilhões, em um negócio que pode chegar a US$ 19 bilhões.
A rede social com oito aquisições, porém, fica bem atrás em termos de apetite quando comparada ao Google, que levou, pelo menos, 21 para casa – 22 se a incorporação do Twitch for confirmada.
A estratégia da presidente-executiva do Yahoo, Marissa Mayer, de renovar a companhia indo às compras faz a empresa ser a segunda que mais fez aquisições. Foram, ao menos, 12. Ao todo, ela, Google, Twitter, Facebook, Apple e Microsoft compraram pelo menos 63 empresas. Nem todas são startups, como o Songza. Algumas, como a Beats, já eram bem grandinhas.
(Correção: como fazia tempo que nenhuma aquisição acontecia, o Google comprou a plataforma de análise de fotos Jetpac no fim de semana e elevou o contador da empresa para 21)
Vamos às três mais surpreendentes de cada uma das gigantes:
Google – 21 aquisições
Titan Aerospace: A fabricante de drones para captar imagens em alta resolução da Terra e outros dados para transmiti-los em tempo real. Os veículos aéreos não tripulados também carregam sensores atmosféricos para coletar informação lá do alto.
DeepMind: A companhia de inteligência artificial trabalha para desenvolver algoritmos que aprendem. Como? Combinando neurociência à chamada área de aprendizado de máquina. Apesar de a coisa parecer ficção científica (“Inteligência Artificial”, “Ela”, “Eu, Robô” entre outros), a tecnologia já funciona em lojas eletrônicas e games. O Google pagou US$ 500 milhões por ela.
Nest Labs: Se descrevermos a Nest Labs como uma fabricante de simples termostatos, não seria exagero dizer que é loucura gastar US$ 3,2 bilhões por ela, como o Google fez. Mas os termostatos são inteligentes a ponto de aprenderem sozinhos os hábitos dos moradores da casa, um tipo de tecnologia que pode ser levada para outros dispositivos de uma residência conectada.
(menção honrosa) Songza: O Songza é um serviço de recomendação de música por streaming. O aplicativo possui pacotes de assinaturas, mas também dá para aproveitar gratuitamente das listas temáticas mostradas por ele, baseadas em atividades ou em momentos do dia.
Yahoo – 12 aquisições
Flurry: A plataforma de análise fornece dados a desenvolvedores de aplicativos para que saibam como as pessoas interagem com seus programas. Por dia, são 5,5 bilhões de sessões de aplicativos analisadas em 1,4 bilhão de aparelhos móveis espalhados ao redor do mundo. O Yahoo desembolsou US$ 200 milhões.
Distill: Se o LinkedIn atua como meio de campo para ampliar contatos profissionais, o Distill só calça as chuteiras na hora de finalizar no mercado de trabalho. A startup constrói ferramentas para agilizar o processo de contratação e recrutamento.
Zofari: O app tenta ser uma estação – como as de rádio – de lugares para visitar, ser um restaurante, um bar ou um qualquer outro local. Similar à nova configuração do Foursquare, basta dizer ao app quais são os locais de preferência e ele vai “tocar” sempre que encontrar uma “música” parecida.
Twitter – 9 aquisições
Gnip: A companhia trata a maçaroca de dados depositados em redes sociais por usuários e depois fornece os relatórios a setores que vão do governo ao financeiro. O trabalho começou com o Twitter, mas foi expandido para outras empresas como Tumblr, Foursquare e WordPress. Como primeiro amor a gente não esquece, o Twitter desembolsou US$ 134 milhões para levar o Gnip para casa.
SnappyTV: O publicador de vídeo permite postar na web, em aplicativos móveis e em redes sociais em tempo real. Se o intuito não for criar um video em HD, sem problema: GIFs e fotos também estão disponíveis.
CardSpring: A empresa mantém uma plataforma que permite criar cupons eletrônicos, cartões de fidelidade, moedas virtuais. Tudo isso ligado a cartões de crédito e outros meios de pagamento. Essa foi a forma que o Twitter encontrou de transformar tuítes em formas de viabilizar o comércio eletrônico no microblog.
Facebook – 8 aquisições
WhatsApp: Na maior aquisição de um aplicativo da história, o Facebook comprou o WhatsApp por US$ 16 bilhões, em um negócio que pode chegar a US$ 19 bilhões. Desconsiderando as piadinhas de quem se surpreende com o valor e diz que baixou o app de graça, Mark Zuckerberg disse que o app de mensagem é o único que gera tanto engajamento quanto... o próprio Facebook. Isso e ter 500 milhões de usuários, claro.
Oculus VR: A fabricante do Oculus Rift, que faz a pessoa que o usar submergir em um mundo de realidade virtual, é a aposta do Facebook para ampliar os horizontes dos consumidores além do que os olhos podem ver – esse óculos, por exemplo, brinca com a forma como o cérebro funciona para criar imagens imersivas. Custo da brincadeira séria: US$ 2 bilhões.
Pryte: Imagine se em vez de comprar uma determinada quantia de créditos, fosse possível adquirir cinco dias de acesso ao Facebook, ou o mês inteiro de conexão ao YouTube ou ainda pagar pela leitura de tuítes pelo ano inteiro. Esse é o negócio da Pryte, que promote ainda vender o uso desses dados com apenas um clique.
Apple – 8 aquisições
Beats Electronics: Com a empresa do rapper Dr. Dre, a Apple não só levou para casa uma marca de fones de ouvido cobiçados por jovens mas incorporou também um guru da música digital: Jimmy Iovine. Também possuem uma plataforma de edição de canções e os holofotes por estarem nos ouvidos de onze entre dez atletas adorados pela moçada – é claro que isso não é de graça. Mas a Beats também não foi: US$ 3 bilhões.
Booklamp: O ponto forte dessa empresa é saber o que você está lendo para advinhar – e sugerir – qual livro será lido em seguida. Para a façanha preditiva, usam os tais metadados (informação sobre dados) para chegar a obras com a tensão, perspectiva, nível de ação, descrição e de diálogos próximas das que o leitor já apreciou.
LuxVue Technology: Esse é um caso de unir fome e vontade de comer. Enquanto a Apple fabrica aparelhos que dependem necessariamente de suas telas para brilharem, como iPhones e iPadas, a LuxVue desenvolve telas de microLED que gastam pouquíssima energia.
Microsoft – 5 aquisições
InMage Systems: Perder dados não é legal. O que a InMage faz é que a recuperação ou o armazenamento de informação seja algo suave. Isso inclui o aumento da capacidade de processamento sem a necessidade de backups e o encurtamento do tempo necessário para o Sistema voltar ao normal após uma recuperação de dados.
Capptain: Falando em dinheiro, é exatamente esse o negócio da empresa russa. Fazer com que o capital investido volte mais polpudo para o bolso. Para isso, a companhia não só usa o tempo que as pessoas gastam com as aplicações na web mas também com o poder delas de retenção.
Parature: O negócio da Parature é abrir caminhos. Principalmente os que ligam a empresa a seus clientes e desde que passem, claro, pela internet. Se o carro chefe era um software que ligava o portal das companhias à área de suporte, agora esse recurso foi levado para o Facebook e o Twitter. Leia mais em G1.globo 18/08/2014
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