Diz um amigo que a diversão de criar filhos é que, quando aprendemos a lidar, eles crescem, e é necessário continuar evoluindo na relação. Trabalhar com TI é parecido. Parar nunca é uma opção. Inovação faz parte da rotina. O desafio é saber o momento certo para promover as mudanças, evitando comprometer a competitividade da empresa. Mais que isso, entender a cada projeto como a tecnologia da informação pode apoiar a transformação da empresa. A TI deixou de ser apenas uma substituição de tecnologias anteriores com mais velocidade, capacidade de processamento, e passou a ter impacto em processos e cultura, na forma como empresas se organizam e se relacionam com seus clientes e parceiros.
Nesta época, terceiro trimestre do ano, é comum as empresas iniciarem seus ciclos de planejamento estratégico. É quando as áreas de TI iniciam seus contatos com as áreas de negócios para entender as demandas de projetos para o próximo ano. E também é quando surgem as surpresas, quando áreas de negócios demandam integração de aplicações independentes com os sistemas de informação da empresa. Surgem os silos de informações. É quando se descobre que, para não atrasar “aquele” projeto, foi contratado um serviço pontual na nuvem. Em paralelo, é o momento em que os fornecedores são chamados para contribuir com soluções diversas.
Mais do que os desafios relacionados à adoção de mobilidade, soluções na nuvem, big data e de conectar as coisas usando sensores, chamam a atenção as alternativas de modelos de contratações possíveis. Fica cada vez mais evidente que as áreas de negócios não “dependem” mais da área de TI. Está cada vez mais fácil adotar as mais variadas soluções criando oportunidades para uma maior desorganização da infraestrutura e aplicações das empresas. Facilita a criação de novos silos de TI nas empresas. Como consequência, crescem as preocupações com relação a governança e segurança das informações. A necessidade de promover um debate estratégico para manter uma arquitetura flexível, segura e única é urgente.
A pergunta no final é sempre a mesma: como maximizar o retorno do investimento em TI? E, para responder a essa pergunta, além de analisar os pontos acima, inicia-se um dos exercícios mais desafiadores para o gestor de TI: analisar o que é melhor realizar como investimento (CAPEX) e o que pode ser feito como serviço (OPEX), levando em consideração fatores como depreciação, modalidades de leasing e financiamento, modelos de licenciamentos diversos, etc. Um trabalho que tende a ficar ainda mais complexo se considerarmos que o orçamento pode passar a ser cada vez mais compartilhado entre as áreas de TI e outras unidades de negócios.
Para isso, será necessário um excelente modelo de governança, com regras e políticas claras, para definir qual as responsabilidades de cada área envolvida. A recomendação é rever o plano diretor de TI para saber o que deve ser priorizado. Se você não tem um, construa-o junto com as áreas de negócios. Comece com um workshop convidando as áreas para um debate aberto para escutar as demandas.
Como os usuários passaram a ter mais familiaridade com terminais e soluções tecnológicas, aumenta a expectativa com relação ao serviço de TI oferecido na empresa. Muitas vezes, eles têm melhores terminais e mais flexibilidade em suas casas. Com a velocidade com que surgem as novidades, torna-se necessário investir em plataformas que permitam rápida adoção e descarte. Novas tecnologias entram nas empresas pelos usuários de todos os tipos, inclusive da chefia. Uma oferta melhor de infraestrutura, terminais e aplicações impacta cada vez mais na relação e satisfação dos usuários em trabalhar na empresa. Demanda a comunicação clara e intensa das políticas de uso. O papel da área de TI é a busca constante por novos modelos de colaboração, que melhorem a produtividade e a relação das pessoas com a empresa. É se adaptar constantemente, até mesmo para não ser substituída pela inovação… Por Luis Minoru Shibata - CIO e diretor de consultoria da PromonLogicalis | leia mais em itforum365 14/08/2014
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