29 julho 2014

Andrade Gutierrez vai assumir estaleiro da Iesa

A construtora Andrade Gutierrez concluiu as negociações para adquirir participação no estaleiro da Iesa Óleo e Gás em Charqueadas (RS), que tem contrato para fornecer módulos de compressão de gás para plataformas tipo FPSO (unidades flutuantes de produção, armazenamento e descarga) da Petrobras, mas está com o cronograma atrasado devido a problemas financeiros. A empresa não deu detalhes do acordo, mas o Valor apurou que a construtora assumirá o controle do negócio e que o contrato deve ser assinado nesta semana.

"A Andrade Gutierrez informa que o acordo com a Petrobras e a Iesa para entrada no projeto do polo naval de Jacuí [onde fica o estaleiro] já encerrou sua fase de negociação. Dessa forma, a empresa só irá se pronunciar sobre o tema após a assinatura final do contrato", informou a construtora em nota, ontem. Procuradas, a Iesa e a Petrobras não se manifestaram.

A Iesa tem contrato para fornecer 24 módulos para a Petrobras por US$ 720 milhões, com opção para chegar a 32, o que elevaria a operação a US$ 911,3 milhões. Os seis primeiros deveriam ter sido ser entregues neste mês, o que não ocorreu devido às dificuldades financeiras enfrentadas pela empresa desde 2013.

Os funcionários do estaleiro já fizeram duas greves neste ano devido a más condições de trabalho e a atrasos nos pagamentos de salários e benefícios. A primeira durou três dias em fevereiro e a segunda, quatro, em março. Conforme o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Charqueadas, Jorge Luiz de Carvalho, o estaleiro emprega 800 pessoas, sendo 500 na produção e 300 na administração.

Há duas semanas, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, tratou da crise com o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), já que o governo gaúcho temia a transferência das encomendas para outras regiões do país. Em março a estatal informou que buscava alternativas para a manutenção do contrato com a Iesa e criou uma conta vinculada para fazer pagamento direto aos empregados, fornecedores e prestadores de serviços.

O presidente do sindicato recebeu a informação da entrada da Andrade Gutierrez no negócio com um misto de alívio e expectativa. "Ainda não recebemos a confirmação nem fomos procurados pela empresa, mas se a Iesa continuasse à frente do estaleiro o polo naval seria desativado", disse o sindicalista. Carvalho informou que na segunda-feira terá uma reunião com o secretário do Desenvolvimento do Estado, Mauro Knijnik, quando espera receber detalhes da operação.
Fonte:  Valor Econômico OnLine  | Leia mais em kincaid 29/07/2014

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