O Vinci Park, unidade de estacionamentos do grupo francês Vinci, que fatura € 38 bilhões de euros com concessões públicas e privadas e construção na Europa, vai usar o Brasil como plataforma de expansão em toda a América do Sul, em um plano de negócios que inclui crescimento orgânico e aquisições.
"Estamos consolidando nossa posição no Brasil, em uma etapa que vai tomar este ano e 2015. Na sequência vamos usar o Brasil como plataforma para chegar a outros mercados", disse ao Valor o presidente mundial da Vinci Park, Serge Clémente, durante visita a São Paulo.
Depois de comprar 50% da gaúcha Moving Park no ano passado, a Vinci Park quer chegar, até o fim de 2016, à vice-liderança do segmento, hoje dominado pela Estapar, companhia controlada pelo BTG Pactual, que projeta fechar este ano com 900 estacionamentos, em 13 Estados.
Projeções feitas por entidades setoriais, como a Associação Brasileira de Estacionamentos (Abrapark), estimam que o Brasil soma 9 mil estacionamentos regularizados e movimenta aproximadamente R$ 4,3 bilhões por ano em faturamento bruto.
A Moving Vinci Park está investindo este ano R$ 100 milhões no mercado brasileiro para elevar de 100 para 140 o número de estacionamento administrados pela empresa no país até dezembro. Com essa ampliação, a rede projeta ampliar o faturamento de R$ 65 milhões para R$ 100 milhões. No mundo, a empresa fatura € 700 milhões.
"Depois dos mercados da França, Europa e América do Norte, o Brasil é o quarto pilar", disse Clémente. "Estamos presentes em São Paulo, Rio e Rio Grande do Sul. Queremos crescer nesses Estados e chegar à região Nordeste, incluindo aquisições nesse processo", afirmou o executivo. A empresa Vinci Park tem operações Europa, Estados Unidos, Canadá e Brasil.
O executivo disse que o mercado brasileiro foi escolhido pela companhia como base de expansão fora da Europa e América do Norte porque conta com as condições básicas que permitem o desenvolvimento desse tipo de operação: regulação, crescimento de frota e clientela disposta a pagar para estacionar.
"O Brasil tem uma das cinco maiores frotas de carros novos do mundo e a exigência de transparência está aumentando porque grandes empreendimentos, como shoppings centers, torres de escritórios, universidades e hospitais têm no estacionamento um importante centro de custo e de receita", disse o presidente da Moving Vinci Park, Fernando Stein, que comanda a operação no Brasil.
Para disputar contratos longos sem abrir mão de margens de lucro, a Vinci diz que vai fazer dos investimentos em tecnologia uma forma de garantir eficiência operacional.
O grupo lançou este trimestre um centro operacional que monitora em tempo real mil câmeras localizadas nos estacionamentos da companhia. Por meio de programas desenvolvidos pela Vinci, a Moving consegue ir além do monitoramento de segurança. "Usamos os dados para fazer com que os procedimentos mais eficientes sejam replicados em todas as unidades. Nossas margens operacionais variam entre 4% e 5%, em contratos de mais longo prazo, a 9% a 10%, em contratos de maior risco", afirmou Clémente. Na França, maior mercado da Vinci, um usuário pode reservar e pagar por uma das milhares de vagas em estacionamento da companhia usando aplicativos em smartphones. "Até o ano que vem teremos isso no Brasil", acrescentou o executivo. Por João José Oliveira | Por Valor Econômico - SP | leia mais em newslog 14/05/2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário