07 maio 2014

Busca de Buffett por sucesso da Heinz coloca Kellogg na mira

Investidor disse que daria as boas-vindas a outro grande acordo com a 3G Capital após unir-se à empresa para comprar a fabricante de ketchup

 O período mais agitado para os mega-acordos em sete anos pode ser só um tira-gosto para a maior aquisição já realizada por Warren Buffett.

 Aos 83 anos, o presidente do conselho da Berkshire Hathaway disse aos acionistas em 3 de maio que ele daria as boas-vindas a outro grande acordo com a 3G Capital após unir-se à empresa de aquisição no ano passado para comprar a fabricante de ketchup H.J. Heinz.

 Empresas de alimentos como Kellogg, Kraft Foods Group e General Mills – cada uma avaliada em mais de US$ 20 bilhões antes de dívida e prêmio de aquisição – podem satisfazer a Berkshire e a 3G, de acordo com dados compilados pela Bloomberg com base nos critérios que Buffett disse buscar ao avaliar alvos.

 Buffett, o terceiro homem mais rico do mundo, disse que está buscando aquisições para “absorver” os US$ 49 bilhões em dinheiro que sua companhia controladora acumulou, o que pode significar que ele esteja se preparando para sua maior aquisição.

 A Barclays Plc estima que a Berkshire poderia utilizar uma combinação de dinheiro e dívida para um acordo de mais de US$ 50 bilhões, que superaria sua aquisição de US$ 34,5 bilhões da Burlington Northern Santa Fe, há mais de quatro anos.

 “A Berkshire poderia fazer um acordo de US$ 50 bilhões sem muito esforço”, disse Jeff Matthews, acionista da Berkshire e autor de livros sobre a empresa, em entrevista telefônica. “O tamanho que eles estão buscando aumentou muitíssimo”.

 A parceria com a 3G concede à Berkshire, com sede em Omaha, Nebraska, a capacidade de comprar uma empresa que “não necessariamente se some aos seus negócios centrais de energia e ferrovias, mas se encaixaria no acordo da Heinz”, disse Matthews. Ela também significa que Buffett pode buscar “alvos mais caros porque a 3G é muito boa em comprar coisas e reduzir custos”.

 Companhia

 Assim como Buffett está de olho em candidatos a aquisições maiores, outros compradores também estão. O volume de fusões e aquisições acima de US$ 20 bilhões que foram anunciadas desde novembro aumentou para US$ 312 bilhões, o mais alto para um período de seis meses desde 2007, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

 A Berkshire não paga um dividendo, deixando para Buffett e seus vice-diretores a tarefa de buscar aquisições e oportunidades para investir o capital. As operações da empresa – que incluem energia, seguros, manufatura, transporte e agora também ketchup – geraram US$ 26,6 bilhões em dinheiro nos 12 meses até março.

 Buffett disse aos acionistas na reunião anual da empresa que ele e seu sócio de negócios Charles Munger, 90, estão focados em adquirir empresas grandes para criar um valor “mais duradouro”. Ele também disse que a Berkshire “provavelmente faça uma parceria” com a 3G em outro acordo, “talvez em algumas coisas que são muito grandes”.

 O tipo de Buffett

 Buffett tem dito ao longo dos anos que prefere negócios “simples” que ele compreende, e que tenham “bons” retornos na participação com potência consistente de lucros.

 “O mais importante para nós como acionistas da Berkshire é que ela continue sendo capaz de implementar capital”, disse Tom Russo, sócio da Gardner Russo Gardner, em Lancaster, Pensilvânia, em entrevista telefônica. O próximo grande acordo da Berkshire será “completamente oportunista. Eu diria que eles estão totalmente prontos para entrar em ação caso algo apareça”. Tara Lachapelle e Will Robinson, da Bloomberg | Leia mais em Exame 06/05/2014

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