04 abril 2014

Thermo reestrutura comando no Brasil

Após concluir a compra da Life Technologies globalmente, a Thermo Fisher começa a reestruturar seu comando e desenhar as estratégias de crescimento para suas operações na América Latina. Com foco em suprimentos para laboratórios, a Life Technologies complementa as atividades da Thermo Fisher, cujo forte são os equipamentos e instrumentos para os projetos de pesquisa. Com mais porte e um portfólio mais completo, a nova empresa formada pela união das americanas vai se voltar para o sequenciamento genético, o suporte à pesquisa para drogas personalizadas, o controle de qualidade de alimentos, além do suporte ao desenvolvimento do setor de biocombustíveis no Brasil.

"Temos muita sinergia no Brasil", afirmou Roberto Braga Mendes, presidente da Thermo para a América Latina. Recém-chegado ao cargo, o brasileiro era presidente da Life na região. Agora, a empresa se torna uma das unidades da Thermo. Com 50 mil funcionários ao redor do mundo, juntas, as companhias têm faturamento de US$ 17 bilhões, sendo que a Thermo sozinha apresentou receita de US$ 12,5 bilhões em 2012, com alta de 8%.

No Brasil, a Thermo iniciou representação local em 2010, com equipamentos para análise clínica, diagnósticos para a indústria farmacêutica, monitoramento de emissões de gases, entre outras atividades. A Life, por sua vez, entra na parceria com uma fábrica em São Paulo, que produz para o mercado nacional e para exportação o Oligos Xpress, insumo utilizado para pesquisas genéticas. As expectativas são de que as empresas juntas passem a gerar US$ 150 milhões em receita no país.

Dentre as áreas de forte complementariedade, que deverão dar as bases para o crescimento da companhia nos próximos anos, estão a de análises genéticas e testes de DNA, a de medicina personalizada - na qual os medicamentos são desenvolvidos de acordo com a combinação genética do paciente -, e a de segurança de alimentos (elas fornecem instrumentos para testes de qualidade). "Nós nos diferenciamos pois temos as soluções completas para o apoio às pesquisas e ao desenvolvimento", afirmou ao Valor Syed Jafry, presidente para Ásia-Pacífico e Mercados Emergentes da Thermo Fisher.

Nestas áreas, a companhia tem clientes grandes, como Dasa, Fleury, Hospital Albert Einstein e Brasil Foods. O executivo enfatizou que fornece soluções também para a Petrobras, onde vê oportunidades de dar suporte ao desenvolvimento da energia renovável.

Globalmente, a empresa tem como clientes gigantes farmacêuticas, como Roche, Pfizer e Eli Lilly. Segundo Jafry, o relacionamento com estas empresas gera vantagens para a companhia no setor farmacêutico no Brasil. Cerca de US$ 2,5 bilhões da receita global da empresa vêm desta indústria.

"O Brasil tem grandes empresas e grandes farmacêuticas estão vindo cada vez mais para o país, estão fazendo estudos clínicos, antecipando o momento de trazer os novos medicamentos. Há muita oportunidade", afirmou Mendes.

Após a conclusão da operação de aquisição, agora a Thermo planeja investimentos para o Brasil, da ordem de US$ 5 milhões a US$ 8 milhões por ano. Os recursos serão direcionados para contratação de pessoal, a união dos escritórios das empresas em São Paulo e na ampliação do laboratório de testes. Por Vanessa Dezem | Valor Econômico Leia mais em abradilan 03/04/2014

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