02 abril 2014

Para BNDES, Brasil deve apostar em ‘games’, mas está longe do ideal

O Brasil é um dos maiores mercados consumidores de jogos eletrônicos – o quarto, segundo a consultoria Gfk – mas ainda engatinha em fazer desse segmento uma atividade econômica importante. Como mostra um estudo divulgado nesta quarta-feira, 2/4, pelo BNDES, há pouco mais de uma centena de empresas brasileiras nesse campo, pequenas, com pouco capital e longe de “brincar” com os grandes.

 A pesquisa identificou 133 empresas que desenvolvem games no país, mas três em cada quatro delas é pequena – fatura até R$ 240 mil por ano – e no geral elas sofrem com as agruras costumeiras do empreendedorismo brasileiro, além das barreiras específicas desse mercado.

Segundo o BNDES, o cenário é de “insuficiente capacidade de desenvolvimento local de produtos, cujos principais indicadores são a quase inexistência de propriedade intelectual local e a fraca presença de jogos nacionais, tanto no mercado local e como no mercado internacional através de exportação”.

Há vários motivos para isso. O estudo – feito pela Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo (FUSP) – indica que as cadeias de produção não estão bem estruturadas e sofrem com “ausência ou insuficiência de vários atores com papel relevante para o sucesso da indústria”.

São poucas desenvolvedoras e editoras locais, voltadas à produção de jogos de baixa complexidade. Até porque o orçamento é, no máximo, na casa das dezenas de milhares de reais – em um universo onde imperam os milhões de dólares. Lançado no ano passado, o Grand Theft Auto V custou US$ 225 milhões, mas faturou US$ 800 milhões apenas nas primeiras 24 horas.

Essas empresas “não se qualificam para obter créditos subsidiados junto aos bancos oficiais”, além de que a “característica intangível dos investimentos de jogos digitais eleva substancialmente o risco de crédito, dificultando as operações”. Não surpreende, assim, que a principal fonte de financiamento das 133 empresas sejam os próprios fundadores, suas famílias ou amigos.  Por Luís Osvaldo Grossmann | Leia mais em  Convergência Digital :02/04/2014

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