Fusão pode marcar a maior operação do tipo na Europa no ano até agora
Os dois maiores produtores de cimento do mundo, a francesa Lafarge e a suíça Holcim, anunciaram nesta sexta-feira que estão discutindo uma fusão que pode marcar a maior operação do tipo na Europa no ano até agora, e que criará uma empresa com valor de mercado de mais de 50 bilhões de dólares.
As discussões são "baseadas em princípios consistentes de uma fusão de iguais", disse a Lafarge em comunicado.
A companhia informou que nenhum acordo foi acertado ainda com a Holcim e que não há garantias de que um negócio poderá ser concluído. Porém, o grupo afirmou que há "forte complementaridade" e "proximidade cultural" entre as duas companhias.
O Groupe Bruxelles Lambert, principal acionista da Lafarge, não comentou o assunto de imediato.
As ações da companhia francesa fecharam o pregão em alta de 8,9 por cento. Já os papéis da Holcim subiram 6,86 por cento na sessão desta sexta-feira.
"É bom para o mercado. As coisas estão fervendo no front de fusões e aquisições, não apenas no setor de telecomunicações, mas também no de construção", disse o gestor de fundos da Clairinvest Ion-Marc Valahu. "Há excesso de capacidade e eles precisam se consolidar." Uma fusão permitiria à Holcim e Lafarge cortar custos e reduzir excesso de capacidade produtiva, fatores que têm pesado sobre o setor nos últimos anos. Ambas as empresas também tentam reduzir dívida gerada por grandes aquisições nos últimos anos.
Brasil
A fusão dos dois grupos, se confirmada, criará a terceira maior produtora de cimento do Brasil em um momento em que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica se posiciona para impor medidas punitivas, que incluem multas bilionárias e venda de ativos, contra o que considera como prática de cartel pelo setor no país.
Segundo dados mais recentes do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic), de 2011, a Lafarge ocupava a quinta posição entre os maiores produtores do país, atrás de Votorantim, João Santos, InterCement e Cimpor. Já a Holcim aparecia na sexta posição no ranking.
Somados, os dois grupos ficariam com produção de cerca de 10 milhões de toneladas, atrás apenas da Votorantim, com 23,38 milhões de toneladas em 2011, no ranking do Snic, e da InterCement, do grupo Camargo Corrêa, com produção de 12 milhões de toneladas no Brasil quando incluída a adquirida Cimpor.
Procurada, a entidade não pôde informar de imediato um ranking mais atual. Leia mais em Exame 04/042014
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