20 março 2014

Bilhões da Yahoo! na Alibaba permitem mais aquisições

Site de compras pode dar a Marissa Mayer uma chance de US$ 10 bilhões para acelerar o fechamento de negócios

A Alibaba Group Holding pode dar a Marissa Mayer uma chance de US$ 10 bilhões para acelerar o fechamento de negócios.

 Desde que se tornou CEO da Yahoo!, em julho de 2012, Mayer se concentrou em adquirir pequenas empresas, com exceção da Tumblr, comprada por US$ 1,1 bilhão no ano passado.

 Embora o portal web com sede em Sunnyvale, Califórnia, tenha angariado expertise em engenharia com os mais de 30 negócios fechados por Mayer, o ganho não será suficiente para impedir que a receita caia novamente neste ano, segundo projeções de analistas compiladas pela Bloomberg.

 As ações da Yahoo têm sido impulsionadas por sua participação de 24 por cento na Alibaba, maior empresa de comércio eletrônico da China, que está se preparando para uma abertura de capital. A fatia de ações da Alibaba que a Yahoo planeja vender pode pelo menos dobrar sua reserva de caixa de US$ 5 bilhões para recompras de ações e aquisições, disse o JMP Group Inc., dando à empresa poder de fogo para restaurar o ritmo de crescimento mais rapidamente. A Yahoo também pode ir atrás de aplicativos para dispositivos móveis e de sites como Pinterest, Snapchat e OpenTable Inc., disse o SunTrust Banks Inc.

 “Eles vêm fazendo essas aquisições vorazes, mas há algo maior sobre a mesa”, disse Robert Peck, analista em Nova York da SunTrust, em entrevista por telefone. “Mayer quer se concentrar no móvel, no vídeo e até no social, por isso qualquer coisa relacionada a esses meios seria considerada interessante”.

 Sarah Meron, porta-voz da Yahoo, preferiu não comentar os planos da empresa para o seu dinheiro em caixa ou para as aquisições que pode fazer. Tiffany Fox, porta-voz da OpenTable, e Mithya Srinivasan, porta-voz da Pinterest, disseram que suas empresas não comentam especulações sobre aquisição. Representantes da Snapchat não responderam a um pedido de comentário. 

Potencial de crescimento 

 “Queremos adquirir empresas que tenham um crescimento inerente a elas, que sejam o que eu chamo de indutoras de crescimento”, disse Ken Goldman, diretor financeiro da Yahoo, em conferência no Morgan Stanley, em 4 de março.

 A receita da Yahoo caiu em quatro dos últimos cinco anos, segundo dados compilados pela Bloomberg. A exceção foi 2012, quando houve um incremento de menos de meio por cento. Analistas estimam que a empresa gerará US$ 4,5 bilhões em vendas em 2014, uma queda de 3,8 por cento em relação ao ano passado, mostram os dados.

Mesmo assim, as ações da empresa subiram quase 80 por cento nos últimos 12 meses enquanto os investidores aguardam o IPO da Alibaba, que ainda precisa receber um preço. A Alibaba disse em um comunicado, nesta semana, que decidiu iniciar o processo para abertura de capital nos EUA, que pode ser o maior desde o da Facebook Inc., em 2012.

 “Há uma grande onda de entusiasmo quanto ao reflexo desse movimento no balanço da Yahoo”, disse Colin Gillis, analista em Nova York da BGC Partners, em entrevista por telefone. O montante exato “dependerá dos preços da Alibaba. Mas, de qualquer forma, será uma bela mudança”.

 Valor da Alibaba 

 No mês passado, a avaliação média prevista para a Alibaba foi de US$ 153 bilhões, baseada nas estimativas de 10 analistas compiladas pela Bloomberg News. Isso implica quase US$ 37 bilhões de participação da Yahoo na empresa com sede em Hangzhou, China. O valor de mercado da própria Yahoo é de cerca de US$ 40 bilhões.

 Mesmo se a Alibaba chegasse a apenas US$ 100 bilhões, a Yahoo poderia vender uma posição de 10 por cento e ainda receber mais de US$ 6 bilhões em dinheiro depois de descontados os impostos, segundo Ronald Josey, analista em Nova York da JMP Securities, uma unidade do JMP Group. Isso deixaria a Yahoo com pelo menos US$ 11 bilhões em caixa.

 “As ações da Yahoo têm se saído muito bem enquanto baseadas na Alibaba, mas, assim como o mandato de Mayer, elas começarão a ser medidas por seu sucesso” em recuperar a Yahoo e fazer a empresa crescer novamente, disse Peck. “É aí que o legado de Mayer começará de fato”.  Por Tara Lachapelle, da Bloomberg | Leia mais em Exame 19/03/2014

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