O Conselho de Administração da ALL avaliará a oferta em até 40 dias. Se aprovada, a operação será levada para assembleia de acionistas.
A operação, se confirmada, colocaria fim a uma disputa judicial entre as empresas de logística, sobre acusações de que a ALL não estava cumprindo com volumes de transporte contratados com a Rumo. Também unirá em uma única companhia os 13 mil quilômetros de ferrovias da ALL com os cerca de oito terminais de transbordo e um portuário em Santos (SP) da Rumo.
Pela proposta, a Rumo deve incorporar a totalidade das ações de emissão da ALL, ficando com 36,5% da companhia resultante da união, enquanto os demais 63,5% do capital caberiam aos sócios da ALL, segundo comunicado ao mercado da Cosan.
A oferta considera um valor de referência para a ALL de R$ 6,959 bilhões, equivalente a R$ 10,184 por ação, informou a ALL. Isso representa um prêmio de 56,2% sobre o preço de fechamento do papel da ALL na Bovespa na última sexta-feira, 21 de fevereiro, segundo cálculo da agência de notícias Reuters.
O valor de referência para a Rumo, na proposta, foi de R$ 4 bilhões, ou R$ 3,90 por ação.
Ainda que os atuais sócios da ALL devam ficar com mais de 60% do capital da nova empresa, será a Cosan quem indicará a maioria dos membros do Conselho de Administração e o prêmio de preço no negócio é atribuído à ALL, dois indicativos de que será a Cosan quem dará as cartas na companhia de logística resultante da união entre Rumo e ALL.
As primeiras notícias sobre uma união entre Rumo e ALL surgiram no começo do ano, motivando forte alta das ações da ALL. Ambas as companhias tinham confirmado que estavam em conversações.
O mercado aguardava a proposta de associação das empresas, avaliando que uma união aumentaria a eficiência de ambas e poria um fim aos riscos ligados à disputa judicial.
O contrato firmado entre ALL e Rumo em 2009 estabelecia que a primeira transportaria açúcar a granel e outros derivados para a Cosan e, em contrapartida, receberia investimentos em sua malha ferroviária. Já a ALL teria que garantir o transporte de um volume mínimo por mês a partir do quarto ano do contrato, além de oferecer tarifas competitivas em relação ao modal rodoviário.
Reorganização na Cosan
Cosan também anunciou nesta segunda-feira uma reorganização societária com a criação da Cosan Logística e da Cosan Energia, empresas que deverão ter capital aberto e ser listadas no segmento do Novo Mercado da Bovespa. Segundo comunicado ao mercado, a Cosan Logística será responsável pelo investimento na Rumo.
A Cosan Energia, por sua vez, será o guarda-chuva para abrigar os investimentos na Raízen, Comgás, Cosan Lubrificantes e Radar.
"A cisão visa à segregação das atividades da Companhia para que cada segmento de negócio dedique-se a sua especialidade de atuação, estabelecendo estruturas de capital adequadas para cada uma das empresas", disse a Cosan.
Em açúcar, etanol e distribuição de combustíveis, a Cosan atua na Raízen, uma joint venture com a Shell no setor de sucroenergético que é a maior do setor no Brasil.
A Cosan disse ainda que a cisão "proporcionará ao mercado maior visibilidade sobre a performance isolada de cada uma das companhias, permitindo aos acionistas e investidores uma melhor avaliação de cada ramo de negócio".
A Cosan, que no passado atuava somente em açúcar e etanol, tem buscado diversificar os negócios com o objetivo de diminuir a sua exposição aos preços das commodities.
Fonte: Uol 24/02/2014
COMENTÁRIOS:
A Cosan publica em seu site apresentação a respeito da transação, Associação RUMO & ALL. Abaixo alguns slides do referido documento.
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