Buscador está aproveitando seu caixa de US$ 56,5 bilhões em um esforço de expansão fora das publicidades online
Aproveitando seu caixa de US$ 56,5 bilhões, a Google. está investindo mais dinheiro do que seus cinco maiores concorrentes americanos combinados para entrar em novos mercados à medida que o crescimento nos anúncios em Internet desacelera.
Incluindo a transação para comprar a Nest Labs por US$ 3,2 bilhões à vista, anunciada nesta semana, a Google investiu mais de US$ 17 bilhões nos últimos dois anos para adquirir companhias de hardware, software e tecnologias de anúncios, segundo dados compilados pela Bloomberg. A Apple, a Microsoft, a Facebook, a Amazon.com e a Yahoo! investiram no total menos do que US$ 13 bilhões para comprar companhias no mesmo período, conforme as transações com preços revelados.
A campanha de gastos, a maioria feita à vista em vez de utilizar ações, enfatiza como a Google está pagando os melhores preços para expandir seu alcance e adquirir os talentos necessários para entrar em áreas como a de smartphones e dispositivos que funcionam com Internet. Embora a Google domine as buscas por Internet, um negócio que gera bilhões de dólares com anúncios a cada trimestre, a companhia está procurando novas fontes de receita e utilizando sua pilha de dinheiro para ter uma vantagem.
“Eles estão olhando para o futuro”, disse em uma entrevista Sameet Sinha, analista que trabalha com a B. Riley Co., em San Francisco. “Eles estão dizendo ‘vamos manter nosso dinheiro para aquisições’”.
Leslie Miller, porta-voz da Google, sediada em Mountain View, Califórnia, não quis fazer comentários.
Crescimento em desaceleração
O caixa da Google e seus equivalentes aumentaram 24 por cento frente há um ano no terceiro trimestre para US$ 56,5 bilhões, e a receita líquida aumentou 5,2 por cento em US$ 11,9 bilhões. A Google obtém 84 por cento das vendas com anúncios na Internet, mesmo depois de se diversificar com o hardware e outras áreas.
O crescimento da receita desacelerou no ano passado e espera-se que volte a desacelerar em 2014, segundo as estimativas dos analistas, à medida que mais atividade online passa dos computadores pessoais para os smartphones, os tablets e outros dispositivos conectados.
Essa realidade afeta as vendas da Google porque os anúncios para dispositivos móveis normalmente custam menos e porque a busca é menos proeminente em outros dispositivos. Até 2017, os PCs representarão 13 por cento dos envios mundiais de dispositivos conectados, frente a 29 por cento em 2012, segundo a empresa de pesquisa IDC. Os tablets representarão 17 por cento até 2017 e os smarpthones, 71 por cento, disse a IDC.
A maior aquisição da Google foi o acordo de US$ 12,4 bilhões pela Motorola em 2012, que deu à companhia uma fabricante de smartphones junto com uma carteira de patentes de celulares. Tudo forma parte do reconhecimento da Google de que a Internet está em todo lugar e de que os anúncios nos sites de busca e em outros sites constituem apenas uma parte dela, segundo Frank Gillett, analista da Forrester Research, em Cambridge, Massachusetts.
Cruzando fronteiras
“Neste mundo de interação com muitos produtos diferentes conectados, a integração entre hardware, software e serviços de nuvem será realmente importante”, disse Gillett. “Em algum ponto, os anúncios realmente bons começam a cruzar a fronteira para o lado da assistência e conselho”.
Entre os principais concorrentes americanos, a Microsoft foi a maior compradora nos últimos dois anos depois da Google, gastando cerca de US$ 9 bilhões. A maioria dos gastos foi feita na compra ainda pendente da unidade de celulares da Nokia Oyj por US$ 7,4 bilhões e na aquisição da fornecedora de software para empresas Yammer por US$ 1,2 bilhão.
Gene Munster, analista da Piper Jaffray, disse que a Google precisará continuar fazendo “grandes apostas” para levar sua liderança nas buscas para novas áreas.
“Eles estão tentando resolver problemas em um prazo mais longo, e para fazer isso eles precisam de plataformas”, disse Munster, que possui o equivalente a uma recomendação de compra para as ações na companhia. “Eles estão dispostos a pagar por essas plataformas”. Por Ari Levy e Brian Womack, da Bloomberg
Fonte: exame 16/01/2014
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