21 dezembro 2013

Log aposta em diversificação geográfica e se prepara para IPO

Enquanto se prepara para ir à bolsa, a Log Commercial Properties, unidade de gestão de espaços comerciais do grupo MRV, vem se diversificando geograficamente para pegar carona em cidades de maior dinamismo e ficar menos dependente dos grandes centros, que passam por um momento de saturação.

 Diante da competição mais acirrada em grandes centros da região Sudeste do país, a Log ampliou a atuação para cidades como Fortaleza (CE) e Goiânia (GO) e mapeou regiões para novas expansões. Neste mês, comprou 40 por cento da Parque Torino Imóveis, projeto de propriedades em Betim (MG). 

Segundo o diretor-executivo da Log, Sérgio Fischer, várias cidades do Nordeste vêm crescendo acima da média nacional, enquanto no Sul muitas ainda são muito mal atendidas no ramo de incorporação e locação de centros de distribuição, condomínios industriais e condomínios logísticos, no qual é especializada.

 "Vamos entender esta carência (...) e pegar a oportunidade em praças pouco exploradas e fazer a coisa virar", disse Fischer em entrevista à Reuters.

 Segundo o executivo, em praças carentes, como Goiânia, Juiz de Fora e Fortaleza, os contratos são fechados conforme os preços pedidos em tabela, sem necessidade de renegociar valores.

 A fraca atividade econômica do país vem promovendo intensa movimentação entre empresas no setor imobiliário, especialmente no ramo comercial, com algumas se desfazendo de ativos não estratégicos e outras tentando ganhar musculatura.

 Em novembro, a BR Properties fechou sua maior venda de ativos, passando 34 imóveis industriais e de logística à WTGoodman por 3,18 bilhões de reais, para saldar dívidas. Meses antes, a Magazine Luiza vendeu 76,7 por cento de um centro de distribuição em Louveira (SP) para um fundo imobiliário da Kinea, por 205,5 milhões de reais.

 E é nesse contexto que a companhia pretende se firmar. Criada em 2008, a Log já teve duas rodadas de capitalização, uma com a entrada da firma de investimento norte-americana Starwood Capital Group, em 2011, e neste ano com um fundo de private equity do Bradesco. Agora, o objetivo é fazer uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) tão logo possível.

 "Nós queremos fazer o quanto antes, vai depender das condições de mercado, do nosso dever de casa, para mostrar para o mercado a nossa capacidade", afirmou.

 Os planos se dão num momento adverso do mercado de capitais para empresas brasileiras. Nas últimas semanas, a operadora de turismo CVC e a Via Varejo, unidade de eletroeletrônicos e móveis do Grupo Pão de Açúcar, precificaram suas ofertas de ações abaixo da faixa indicativa.

 O objetivo a Log é fazer, a princípio, uma oferta 100 por cento primária, para levantar recursos para a empresa, disse Fischer, sem detalhar o montante pretendido. Ele também não informou se a empresa já contratou bancos para a operação. Em agosto, a MRV pediu à Comissão de Valores Mobiliários o registro de companhia aberta para a Log.

 2014

 O movimento pode casar com a melhora do mercado de imóveis como galpões e centros comerciais. Segundo o executivo, após um primeiro semestre pautado pela cautela dos clientes em assinar contratos, os últimos seis meses apresentaram melhora.

 "O quarto trimestre está bastante aquecido, com um resultado até recorde para a companhia na parte de atividades locativas", afirmou o executivo.

 A Log encerrou o terceiro trimestre com FFO (Funds From Operations, na sigla em inglês, que é igual ao lucro líquido menos depreciação) de 23 milhões de reais, ante 4 milhões de reais um ano antes.

 A receita líquida cresceu mais de 400 por cento no mesmo período, para 56 milhões de reais, enquanto o Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) subiu 171 por cento, para 26 milhões de reais.

 "Ficamos um pouco mais otimistas com o cenário para 2014. Fizemos um planejamento estratégico um pouco mais agressivo do que a gente imaginava, ainda que mais conservador do que a gente via no passado", acrescentou.

 A Log planeja encerrar 2014 com cerca de 800 mil metros quadrados de área bruta local construída (ABL), número 42,8 por cento superior aos 560 mil metros quadrados de 2013. Os investimentos para o próximo ano devem ficar em linha com os deste ano, em aproximadamente 400 milhões de reais.

 "Se a gente sentir que a coisa está indo bem pode ser que faça revisão deste número, afirmou Fischer. Por Juliana Schincariol
Fonte: uol 20/12/2013

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