Após comprar sistemas de ensino, colégios, escolas de idiomas e profissionalizantes, a Abril Educação fechou ontem a primeira aquisição de uma empresa de tecnologia. Trata-se da MSTech, fabricante de softwares pedagógicos, que vendeu 22,7% do seu capital para a companhia controlada pela família Civita.
O valor da transação é de R$ 25 milhões. Deste total, R$ 15 milhões foram para os fundadores da MSTech e os outros R$ 10 milhões serão investidos em desenvolvimento de novos produtos. A MSTech, dos sócios Daniel Igarashi Cruz e Charles Stempniak, foi avaliada em R$ 100 milhões.
Haverá uma sinergia interessante. A MSTech atende somente escolas públicas e criou uma plataforma tecnológica para entregar conteúdo. Já nós, temos o conteúdo e não a plataforma , disse Manoel
Amorim, presidente da Abril Educação. A MSTech atende cerca de 10 mil escolas que juntas detêm 8 milhões de alunos.
Amorim também planeja oferecer os softwares a escolas particulares que adotam os sistemas de ensino da Abril Educação. Com uma plataforma tecnológica, a escola pode, por exemplo, avaliar o desempenho dos alunos no ENEM [Exame Nacional do Ensino Médio], analisar quais disciplinas necessitam de reforços, desempenho de professores , explicou Amorim.
Fundada em 1991, a MSTech vai fechar o ano com faturamento de R$ 65 milhões e lucro operacional de R$ 25 milhões. Estamos pagando nessa aquisição o equivalente a quatro vezes o Ebitda , enumerou o executivo.
A Abril Educação poderá adquirir a totalidade do capital da MSTech em cinco anos. O valor acordado por essa outra fatia da empresa de tecnologia é equivalente a até 70% do Ebtida da Abril Educação.
Outra novidade neste contrato é que há uma cláusula estipulando metas de crescimento para os próximos dois anos. Caso essas projeções não sejam alcançadas, a Abril Educação poderá devolver a empresa aos fundadores com um pequeno deságio.
A MSTech, cujas negociações levaram um ano, é a 12ª aquisição da Abril Educação desde 2010. Entre os destaques, estão a compra da rede de escolas de idiomas Wise Up por R$ 877 no começo deste ano e do sistemas de ensino Anglo por R$ 717 milhões em 2010.
A estratégia, agora, é interromper as compras por um ano e integrar o que já comprou. A Abril Educação tem vários negócios como editoras de livros didáticos, colégios, sistemas de ensino, escolas de idiomas e profissionalizantes. Para esse trabalho contratou a consultoria Galeazzi.
A Abril Educação tem um planejamento de cinco anos e pretende chegar em 2018 com faturamento de cerca de R$ 2 bilhões. Uma das metas a serem alcançadas é reduzir a fatia das editoras de livros escolares na receita, que hoje é de 57%, para 25%. Esse negócio enfrenta forte sazonalidade devido ao período escolar e dependência do governo federal, que compra um grande volume do material. Por Beth Koike | Valor econômico
Fonte: lineraclipping 20/12/2013
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BB Investimentos comenta aquisição da MStech Educação e Tecnologia pela Abril Educação
Potencial de valorização para Abril Edeucação é de 26%
ABRE11 / Market Perform
Preço-Alvo para 12/2014 (R$) 40,00
Preço mercado em 19/12/2013 (R$) 31,82
Upside 26%
A Abril Educação anunciou a aquisição de 22,7% do capital social da companhia de soluções tecnológicas educacionais MStech Educação e Tecnologia, localizada em Bauru, no interior de São Paulo. O valor total da operação foi de R$ 25,0 milhões, sendo R$ 15,0 milhões pago aos acionistas vendedores e R$ 10,0 milhões como aporte para aumento de capital. A receita líquida estimada para este ano da empresa é de R$ 65,0 milhões, com Ebitda total de R$ 25,0 milhões (R$ 5,68 milhões de Ebitda proporcionais à Abril Educação), o que representaria uma margem de 38,5%. Com isso, o múltiplo implícito da operação foi de 4,4x Ebitda 2013.
A transação contou com uma opção de compra do capital restante da empresa, pela Abril Educação, no quinto ano subsequente a operação, e também, uma opção de venda entre o primeiro e segundo anos, caso o Ebitda da MStech seja 50% menor ou menos que o esperado para 2013. A Abril Educação terá o direito de indicar o CFO para a empresa, e ainda, terá dois assentos no Conselho de Administração. Segundo a companhia, o racional da aquisição foi a estratégia de desenvolvimento de soluções para a melhoria da aprendizagem de alunos. Entre os principais produtos da MStech estão:
• sistemas de gestão escolar
• sistemas de gestão administrativa
• desenvolvimento de softwares
• projetos customizados para gestão e tecnologia educacional
• ferramentas digitais para salas de aulas com conteúdo pedagógico
• tecnologia interativa para desenvolvimento e formação de professores
Opinião: Mário Bernardes Junior e Gabriela Cortez, analistas do BB Investimentos
Consideramos a aquisição parcial da companhia positiva sob o aspecto da complementação de um novo produto ao já variado portfolio da Abril Educação. A operação pode abrir oportunidades de cross selling para os clientes que já possuem Sistemas de Ensino, Escolas de Idiomas e Cursos, ou mesmo os livros didáticos do segmento de Editoras e os Serviços Complementares como a Escola Satélite e o EduMobi. Enfatizamos que a escala e representatividade da Abril Educação pelo território nacional poderia acelerar o crescimento da empresa no médio e longo prazo. Outro ponto favorável é a parceria que a MStech tem com grandes players da área da tecnologia como a Microsoft e a Intel, o que tende a atestar qualidade e gerar confiança de mercado.
Por outro lado, embora a MSTech tenha uma margem relativamente alta, quando comparada com a da própria Abril Educação, avaliamos o múltiplo implícito de 4,4x Ebitda 2013 ligeiramente alto, se levarmos em consideração que a companhia não terá o controle. Somado a isso, a não realização do Ebitda esperado (o que seria pouco provável, considerando que o ano está praticamente findado) ou dificuldades de integração entre as equipes de vendas também figuram como pontos a serem monitorados. Entretanto, a estrutura de opção de venda por baixa performance e o direito de indicação do CFO e de mais dois conselheiros tendem a mitigar tais riscos de execução. Embora os números estimados para a empresa adquirida sugiram bons níveis de rentabilidade, estimamos que a participação proporcional de 22,7% possa trazer poucos impactos, em um primeiro momento, para o resultado da Abril Educação. Com isso, melhores níveis de contribuição somente viriam com o aumento da participação acionária ou com o crescimento acelerado da MStech. Neste sentido, mantemos nossas expectativas para a ABRE11, reiterando o target-price para R$ 40,00 e o rating em Market Perform.
Fonte:maxpressnet 20/12/2013
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Com a MSTech, fechamos o 1º ciclo de aquisições, diz Amorim
Em entrevista a EXAME.com, Manoel Amorim, presidente da Abril Educação, comentou a compra de 22,7% da MSTech - empresa do setor de tecnologia educacional
A Abril Educação anunciou a aquisição de 22,7% da MSTech, empresa de tecnologia educacional. O negócio foi anunciado 16 dias após a aquisição pela Pearson do Grupo Multi, que atua no setor de cursos de idiomas. E 10 meses após a Abril Educação comprar o Wise Up, rede de ensino de inglês. Qualquer semelhança pode não ser mera coincidência.
Pelo menos, essa é a opinião de Manoel Amorim, presidente da Abril Educação. Em entrevista a EXAME.com, o executivo comentou a última aquisição da sua companhia, os principais negócios fechados pela empresa em 2013, as expectativas para 2014 e negou planos de atuar no setor de ensino superior.
Segundo ele, seu bom trabalho vem sendo copiado pela Pearson, líder mundial no setor de educação. A seguir, leia trechos da conversa.
EXAME.com - O que a aquisição da MSTech representa para vocês?
Manoel Amorim - A MSTech é uma empresa focada 100% em desenvolver ferramentas tecnológicas para melhorar o desempenho escolar. Então, esse casamento tem duas pontas muito interessantes. A Abril Educação não tem a plataforma, mas tem o conteúdo; Eles têm a plataforma, mas não o conteúdo. Além disso, o foco de atuação deles está na rede pública - enquanto o nosso está no setor privado. Por tudo isso, trata-se de um bom casamento.
EXAME.com - E quais são os termos do contrato?
Manoel Amorim - A MSTech foi avaliada em 100 milhões de reais, tem um faturamento de 65 milhões de reais e ebitda de 25 milhões de reais. Como nós não seremos os controladores, assinamos um contrato que permite comprar a empresa daqui a cinco anos pelo equivalente a 70% do ebitda da Abril Educação. Se a empresa não crescer, podemos ainda devolver a participação e receber parte do dinheiro de volta dentro de dois anos.
EXAME.com - Que outros negócios fechados em 2013 pela Abril Educação merecem destaque?
Manoel Amorim - O mais importante foi a aquisição do Grupo Ometz, que é detentor da marca Wise Up. Ele permitiu que entrássemos de uma forma mais importante no mercado de idiomas. Fizemos duas aquisições importantes no ramo de colégios: o Sigma, em Brasília, e o Motivo, em Recife. Com a MSTech, encerramos nosso primeiro ciclo de fusões e aquisições. Essa foi a última das moicanas. Em 2014, vamos focar na integração.
EXAME.com - E quais são as expectativas da Abril Educação para 2014?
Manoel Amorim - Estamos muito otimistas para os próximos anos em relação ao desenvolvimento dos nossos negócios. Nosso mercado está cada vez mais demandado, com a população cobrando qualidade e tecnologia. Então, temos muito otimismo em relação às oportunidades em 2014. Com o portfólio bem complementar que temos é nisso que vamos focar no ano que vem: explorar sinergias em produtos e serviços.
EXAME.com - A companhia tem planos de atuar no setor de ensino superior?
Manoel Amorim - Olha, no mercado de ensino superior, não temos nenhum interesse. Mas, temos percebido uma maior demanda por qualidade nele não só por parte da população como também pelo governo. E, segundo um reitor de Harvard, uma boa instituição de ensino tem dois ingredientes básicos: os melhores professores do mundo e os melhores alunos do mundo. O que a gente faz é preparar bons alunos para as universidades. Esse é o nicho que pretendemos concentrar esforços.
EXAME.com - A chegada ao Brasil de gigantes como a Pearson intimida a Abril Educação?
Manoel Amorim - Ter uma líder mundial como a Pearson entrando no nosso mercado e nos tomando como referência para suas decisões é uma grande honra e não nos incomoda de forma alguma.
Fonte: exame 20/12/2013
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