As negociações envolvendo a fusão das empresas Brasil Pharma e Profarma não avançaram, apurou o Valor. As companhias mantiveram conversas nos últimos meses, mas há algumas semanas os contatos se encerraram, especialmente por concordarem que este não é o melhor momento para uma operação desse porte.
Na avaliação de fonte próxima às negociações, as duas empresas passam por ajustes em suas operações neste ano e a prioridade passou a ser finalizar essas reestruturações. O BTG Pactual é o maior acionista da BR Pharma. A ideia inicial, conforme antecipou o Valor em agosto, seria juntar as estruturas das companhias e criar a maior varejista e distribuidora de medicamentos do país, seguindo os moldes do processo de consolidação desse mercado no exterior.
A área de relações com investidores da BR Pharma chegou a admitir, semanas atrás, as conversas com a Profarma, em entrevistas ao mercado. Segundo apurou o Valor, a hipótese de uma fusão das empresas, a médio e longo prazo, não está totalmente afastada.
A questão principal é que as companhias, com capital aberto, concluíram neste momento que não estão prontas para preparar uma união de ativos em meio a um processo de ajustes nas operações. Procuradas, as companhias não se manifestaram sobre o assunto.
A Profarma, uma das maiores distribuidoras de medicamentos do país, fez as primeiras aquisições no varejo farmacêutico neste ano e ainda sente o reflexo dos aumentos das despesas operacionais decorrentes dessa estratégia. A margem líquida da empresa caiu pela metade neste ano, pela pressão de despesas financeiras maiores.
Já a BR Pharma deve entregar em 2014 os ganhos maiores com a integração de redes adquiridas nos últimos anos, após ter registrado um crescimento mais fraco do que o esperado pela varejista em 2013. O grupo somou, de janeiro a setembro, receita líquida de R$ 2,36 bilhões, alta de 24,2% sobre o ano anterior, mas a margem líquida passou de 2,7% para 0,9%.
Apesar de possíveis ganhos com a fusão de BR Pharma e Profarma, já que a nova empresa atuaria nas duas pontas, um ponto questionado pelo mercado era o fato de a nova operação, pelo menos no início, abrigar duas empresas e uma venderia produtos para a outra, tendo que manter níveis de rentabilidade no atacado e no varejo.
Além da Profarma, a BR Pharma teria sondado outros potenciais parceiros, como PanPharma (ex-Panarello) e a Santa Cruz neste ano - as empresas não confirma a informação. Mas as conversas acabaram avançando com a Profarma, especialmente por ser uma empresa com capital aberto. Ambas estão no Novo Mercado, com resultados auditados.
Com esse negócio, a BR Pharma faria a sua entrada no varejo de farmácias no Rio de Janeiro, e a Profarma se tornaria uma das maiores redes de drogarias do país, um dos objetivos da atual gestão.
A Profarma fez sua estreia no segmento de drogarias em janeiro, com a compra das redes Drogasmil e Farmalife, com unidades no Rio de Janeiro. No mesmo mês, concluiu a compra da rede Drogarias Tamoio, no mesmo Estado. Já na área de atacado, a empresa conta com 12 centros de distribuição e comercializa cerca de 18 milhões de unidades por mês.
A BR Pharma, por sua vez, iniciou o seu processo de consolidação em 2010, comprou uma série de redes de farmácias em diferentes estados e formou a quarta maior rede de farmácias do país em faturamento em 2012, segundo a Abrafarma, entidade do setor. Jornalista: Adriana Mattos | Valor Econômico
Fonte: abradilan 27/11/2013
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