A produtora de celulose Fibria anunciou no final da noite de domingo a venda de 210 mil hectares de terras por 1,65 bilhão de reais à Parkia Participações, em um acordo que prevê que a empresa continuará sendo operadora das florestas por até 24 anos nas áreas envolvidas na transação.
As terras alvo da venda estão nos Estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Bahia e Espírito Santo. A Parkia é uma companhia sediada no Brasil, subsidiária de uma joint-venture controlada por investidores brasileiros. A Fibria não informou o nome dos controladores da Parkia.
A Fibria receberá um pagamento inicial de 1,4 bilhão de reais com a assinatura do acordo, prevista para até 30 de dezembro. Os 250 milhões restantes serão pagos em três parcelas, nos 7o, 14o e 21o anos após a data de fechamento da transação.
O acordo foi acertado com foco da companhia em melhorar seu perfil financeiro e diante de um programa de ganhos de produtividade de florestas da Fibria que prevê liberação de mais de 250 mil hectares de áreas em 21 anos. A base florestal atual da empresa tem cerca de 851 mil hectares, segundo apresentação do negócio com a Parkia.
A Fibria encerrou o terceiro trimestre com o menor nível de endividamento desde a criação da companhia em 2009, após fusão da Aracruz e Votorantim Celulose e Papel. A relação dívida líquida sobre lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), ficou em 2,9 vezes ante 4,2 vezes no terceiro trimestre de 2012 e 3 vezes entre abril e junho.
A Fibria vai assinar contratos de parceria rural/florestal com a Parkia, "com prazo de até 24 anos, durante o qual a companhia continuará a operar suas florestas nas áreas objeto do negócio".
Segundo a apresentação, a Fibria ficará com 60 por cento da madeira produzida nas áreas e o restante ficará com a Parkia.
O acordo inclui contrato de venda de madeira entre Parkia e Fibria, chamado de "put-call", com preços predefinidos ao longo de todo o contrato. Apesar disso, segundo a Fibria, a Parkia está exposta a risco de quedas de produção da produtora de celulose.
(Por Alberto Alerigi Jr.)
Fonte: Thomson Reuters 18/11/2013
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