A China aumentou a aquisição de companhias de alimentos e da área Agrícola no estrangeiro, mostrando um apetite que vai bem além de Petróleo e mineração, estimulado por forte financiamento estatal. A nova tendência coincide com a presença em Pequim de uma missão de empresários do agronegócio brasileiro interessados em atrair capital chinês em projetos no setor, além de buscar diversificar a oferta de produtos para a China.
Pequim gastou US$ 106 bilhões na aquisição de companhias no exterior, sobretudo nos Estados Unidos e Austrália, desde o começo de 2012, conforme levantamento do provedor de dados Dealogic para o Valor.
O ritmo se acelera. Entre janeiro deste ano e o fim de outubro empresas chinesas aplicaram US$ 59 bilhões em 287 aquisições de empresas no estrangeiro, 25,5% a mais que no mesmo período de 2012.
O movimento de compras também foi forte dentro da própria China, atingindo US$ 164,9 bilhões neste ano. No Brasil, chineses gastaram quase US$ 3 bilhões na aquisição de empresas desde janeiro de 2012, mas nenhuma operação envolveu o setor Agrícola.
As aquisições de empresas focadas em recursos naturais continuam elevadas. Mas a novidade é que no caso de empresas de alimentos e bebidas o volume de compras alcançou US$ 12,4 bilhões, em 76 negócios dentro e fora do país. No agronegócio, as aquisições somaram US$ 1,37 bilhão, quase três vezes mais que no mesmo período do ano passado.
As compras no setor de alimentos e bebidas subiram para a sétima posição - no ano passado haviam ficado na 17ª entre os setores preferidos pelos chineses. No caso da Agricultura, passaram para a 21ª posição, ante a 25ª no ano passado.
Levantamento do escritório em Pequim da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) ilustra a virada no movimento dos investimentos externos chineses em Agricultura.
Entre 2010 e 2012, a China fez 86 operações de compras externas no setor. Uma das transações mais importantes foi feita pela empresa de vestimentas Shandong Ruyi, que comprou a australiana Cubbie Stations, produtora de algodão.
A Shuanghui comprou a americana Smithfield Foods, líder em Carne de porco, numa operação de US$ 4,7 bilhões. A Pengxin adquiriu 14 fazendas de leite na Nova Zelândia. O grupo Bright Food tomou o controle de 60% da inglesa Weetabi, especializada em cereais. A Bright comprou também a Manassen Foods, da Austrália, por US$ 522 milhões.
Os chineses até agora tem focado principalmente a Austrália, onde a Cofco adquiria a Tully Sugar e o grupo Xangai iniciou investimento de US$ 728 milhões em produção de Cana-de-açúcar.
Além disso, o grupo New Hope, maior empresa de Ração da China, quer aumentar sua participação no Sudeste Asiático, na África, na América Latina e no Oriente Médio. Segundo a CNA, o Chongqing Grains Group, que tem investimentos na Bahia, tem plano de investimento de US$ 1,2 bilhão na Argentina em Soja, Milho e algodão. O grupo Wanbao Grain pretende investir US$ 279 milhões na produção de alimentos em Moçambique.
Para a CNA, a onda de aquisições chineses tende a continuar, assim como novos investimentos que não passam necessariamente pelo controle das empresas.
Para a presidente da CNA, senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), a ampliação dos investimentos e das relações comerciais entre o Brasil e a China "certamente trará benefícios a todos".
Fonte: Valor Econômico
Fonte: suinocultura 06/11/2013
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