A Telefónica Digital, braço para iniciativas na área de internet da operadora espanhola, anunciou ontem a aquisição de uma participação na Rhapsody International, companhia americana de serviços de transmissão de música por assinatura na web, dona do Napster, serviço de música por assinatura. As empresas não revelaram os percentuais, nem os valores envolvidos na negociação.
Pelos termos do acordo, a Telefónica poderá criar pacotes com o serviço para seus 250 milhões de assinantes em todo o mundo. Também está previsto que o Napster fará sua estreia no mercado latino-americano substituindo o serviço da Telefónica, o Sonora, do portal Terra. Todos os assinantes do Sonora serão transferidos para o Napster a partir de 1º de novembro. A transição será iniciada pelo Brasil, maior mercado do Sonora. A expectativa é que até fevereiro o Napster esteja disponível nos outros quatro países onde o Sonora funciona atualmente (Argentina, Chile, Colômbia e México).
Lançado há seis anos, o Sonora tinha, segundo o último dado disponível, de meados de 2012, uma base de 500 mil assinantes. Ontem, o portal Terra e o Napster fizeram um evento em São Paulo para falar de seus planos para o serviço de música.
Os usuários do portal terão duas opções de pacotes: um com valor de R$ 8,90 por mês, para ouvir músicas pelo computador, e outro, de R$ 14,90, que permite baixar faixas em até três smartphones ou tablets e ouvi-las sem conexão à internet. Hoje, o Sonora oferece opções que custam R$ 8,90 e R$ 29,90 por mês. De acordo com Paulo Castro, presidente mundial do Terra, a expectativa é que o número de assinantes do serviço cresça 30% em um ano.
Também será possível fazer uma assinatura diretamente pelo site do Napster. Nesse caso, só estará disponível o pacote de R$ 14,90. De acordo com Tiago Ramazzini, ex-executivo do Terra que assumiu o comando do Napster para o Brasil e a América Latina na Rhapsody, a companhia tem intenção de fazer parcerias com outras empresas além do Terra para expandir suas operações na região.
Com o Napster, o Terra mais que dobrou o acervo de músicas oferecidas aos internautas, de cerca de 4,5 milhões para 10 milhões. Até o fim do ano, a expectativa é ter 18 milhões. Globalmente, a Rhapsody e o Napster oferecem 22 milhões de faixas. De acordo com Ramazzini, o catálogo no Brasil não passará de cerca de 20 milhões de faixas devido a contratos de licenciamento com as gravadoras.
O Napster nasceu em 1999 como um serviço de compartilhamento de música e era usado para trocar faixas pirateadas pela internet, o que lhe rendeu o posto de inimigo número 1 das gravadoras. Mas as mudanças de sócios e de modelo de negócios pelas quais passou nos últimos anos o transformaram em um aliado para a venda de música digital. O serviço está disponível em 17 países da Europa. Nos Estados Unidos, a Rhapsody opera com marca própria.
De acordo com Castro, o acordo com o serviço surgiu de uma revisão da estratégia para o Sonora feita em novembro de 2012. "O negócio do Terra não é investir em contratos com artistas e infraestrutura para música. E o mercado de assinatura de música é global, com três ou quatro empresas em condições de competir para valer", disse o executivo. A partir daí, começaram conversas com diversas empresas. Mais tarde, a Telefónica interessou-se pela iniciativa, resultando nessa operação.
Segundo a empresa de pesquisa ABI Research, o número de assinantes em todo o mundo chegará a 29 milhões no fim do ano. O serviço mais usado é o sueco Spotify, com 6 milhões. No Brasil, esses serviços representaram um quarto do mercado de música digital em 2012, segundo a Associação Brasileira de Produtores de Discos (ABPD). Por Gustavo Brigatto | Valor Econômico
Fonte: aesp 17/10/2013
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