A descoberta de grandes reservas de gás de xisto nos Estados Unidos e o ambiente econômico mais difícil podem levar o setor químico a um aumento global de fusões e joint ventures, segundo o líder global de química da Deloitte, Duane Dickson.
"Na indústria muitas empresas estão focando no portfólio ideal; podem estar no mercado para comprar ativos estratégicos ou vender não estratégicos", disse em entrevista por telefone.
Os EUA tiveram nos últimos anos um impulso na exploração de gás de xisto, usado na produção de matérias-primas do setor químico, como a nafta. E os preços menores do que os de outros mercados têm elevado a competição no setor.
"O gás de xisto cria muita competição para quem não tem capacidade contra o gás de baixo custo", disse Dickson.
E esse cenário está aquecendo a negociação de participações no setor. Recentemente, a brasileira Braskem confirmou que participa do processo para comprar os ativos de PVC da empresa química belga Solvay.
Em março, a norte-americana Dow Chemical revelou planos para levantar 1,5 bilhão de dólares com a venda de ativos nos 18 meses seguintes. A Dupont afirmou em julho querer vender ou cindir uma unidade de produtos químicos para se isolar de vendas de pigmentos para tintas.
Para Dickson, mesmo com o aumento da competição e o atual cenário da economia global, isso não deve levar a um excesso de capacidade ociosa no setor.
"Não vejo isso (acontecendo). Acho que vamos continuar vendo recuperação diferente em cada economia, mas não acredito que vamos entrar em uma recessão global", disse. Por Roberta Vilas Boas | Reuters
Fonte: r7noticias 23/10/2013
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