06 setembro 2013

Fundo Actis investe em renováveis com Atlantic

Energia Gestora britânica compra 60% da empresa, por R$ 385 milhões

 A companhia britânica Actis fechou o primeiro investimento na área de energia no Brasil. Com um aporte de capital de R$ 385 milhões, a gestora de fundos de private equity adquiriu uma participação de 60% na Atlantic Energias Renováveis.

 Com sede em Curitiba (PR), a empresa de geração de energia conta com 220 megawatts (MW) em quatro projetos com contratos de venda fechados. Três deles - uma pequena central hidrelétrica (PCH) em Santa Catarina e duas centrais eólicas no Rio Grande do Norte - entram em operação até o início do próximo ano.

 Com os recursos do fundo, a Atlantic dará a partida na construção do parque eólico de Morrinhos, localizado na Bahia, cuja energia foi vendida no leilão realizado em 2011. A expectativa é que o projeto seja concluído um ano antes da entrega da energia, prevista para ocorrer a partir de 2016.

 A Atlantic foi fundada em 1999 pelo grupo brasileiro Pattac e pela espanhola Servinoga, que possuem concessões de rodovias, portos e parques e são sócios de outro fundo, a Advent International, no Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP). Ambos adquiriram a participação das também espanholas Adelanta e Cupa Renovables e, com o aporte da Actis, permanecem com uma posição minoritária na companhia.

 O objetivo agora é acelerar o ritmo de expansão e ampliar a capacidade da Atlantic para 620 MW em um prazo de quatro a cinco anos. "Não há dúvida sobre a demanda por energia elétrica, mesmo que o país venha a crescer a taxas mais baixas que o esperado", afirma Sergio Brandão, diretor de energia da Actis para o Brasil.

 A Atlantic será a plataforma no país para a área de energia do fundo britânico, especializado em investimentos em mercados emergentes. A empresa já possui áreas para o desenvolvimento de um potencial de até 1,8 GW em novos projetos eólicos.

 Além do aporte inicial, a gestora tem planos de investir mais R$ 200 milhões em capital na companhia. Incluindo os recursos captados via dívida, como BNDES e debêntures no mercado de capitais, o plano de expansão da capacidade deve consumir pelo menos R$ 2 bilhões, segundo o executivo.

 A negociação com a Actis levou aproximadamente quatro meses, segundo Thiago Marder, gerente financeiro e administrativo da Atlantic. "A proposta casou com a nossa expectativa, pois além de ser um investidor financeiro, a Actis possui conhecimento na área de energia", diz.

 Com o crescimento da empresa, os sócios já se preparavam para uma negociação, tendo em vista que estavam próximos do limite das garantias que poderiam prestar nos negócios, segundo Marder. O primeiro teste da nova parceria ocorrerá ainda neste ano, nos leilões de energia previstos para acontecer em novembro e dezembro. "Esperamos entrar com força nesses leilões", afirma.

 O investimento na Atlantic é o terceiro do fundo de energia da Actis na América Latina. O foco da gestora são projetos de geração por fontes renováveis. O fundo possui uma participação na GME, que detém projetos de energia eólica na América Central, e na chilena Aela Energia.

 No Brasil, a Actis possui cinco investimentos, entre eles a corretora XP Investimentos, a rede educacional Cruzeiro do Sul e a rede de ensino de idiomas CNA. Valor Econômico
Fonte: cliptvnews 06/09/2013


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