A novela da BlackBerry está próxima de um desfecho. A fabricante anunciou nesta segunda-feira, 23, que assinou carta de intenção para ser comprada por US$ 9 por ação, numa operação que avalia a empresa em US$ 4,7 bilhões. A oferta foi feita por um consórcio liderado pela Fairfax Financial, que detém cerca de 10% das ações da Blackberry. A proposta ainda depende de aprovação de órgãos reguladores e dos resultados de investigações financeiras internas (due diligence) para abertura de todas as contas da empresa, mas, caso seja aceita, a antiga Research in Motion fechará o capital.
O Conselho de Diretores da BlackBerry aprovou os termos da carta de intenção. O consórcio, que agora busca financiamento da Bank of America Merrill Lynch e BOM Capital Markets, deverá comprar a fabricante e torná-la uma companhia de capital fechado seguindo um número de condições, incluindo as negociações e execuções de investigações internas pendentes, que deverão ser finalizadas em 4 de novembro. A intenção é que a transação tenha um acordo definitivo até essa data.
Com cerca de 10% das ações comuns da BlackBerry, a Fairfax é a maior acionista da empresa e deverá usar essa participação na transação. A companhia é liderada pelo CEO Prem Watsa, que já havia decidido sair do quadro de diretores da fabricante no começo de agosto, quando a fabricante declarou oficialmente a intenção de venda. Em comunicado, Watsa afirmou que acredita "que a transação vai abrir um novo e empolgante capítulo para a BlackBerry, seus consumidores, operadoras e funcionários". O executivo também garantiu que pode entregar "valor imediato aos acionistas, enquanto continuamos a execução da estratégia de longo prazo em uma companhia privada com o foco em entregar soluções corporativas de segurança superiores".
No comunicado ao mercado, a presidente do Conselho de Diretores da BlackBerry, Barbara Stymiest, disse que o comitê está "buscando a melhor saída disponível para os constituintes da companhia, incluindo os acionistas". Ela ressalta também que o processo go-shop (que permite à empresa avaliar demais ofertas no mercado) provê à BlackBerry "oportunidade para determinar se há alternativas superiores à proposta atual do consórcio Fairfax".
Se a BlackBerry mudar de ideia durante o período da intenção de oferta, já que ela ainda pode receber propostas de outros interessados, terá de pagar uma taxa de US$ 0,30 por ação para a Fairfax. Entretanto, a multa será desconsiderada se o preço por ação ficar abaixo dos US$ 9 por papel sem a aprovação do Conselho de Diretores da companhia. Caso um acordo definitivo seja assinado com a Fairfax, a taxa sobe para mais US$ 0,50 por ação. O comitê especial da BlackBerry conta com a análise da J.P. Morgan e de Perella Weinberg como conselheiros financeiros.
A notícia causou forte oscilação nas ações da BlackBerry na Nasdaq. Em sua maior alta, os papéis chegaram a ser cotados a US$ 9,20, mas por volta das 16h (horário de Brasília), as ações estavam em alta de 0,97%, cotadas a US$ 8,81. A reação é positiva comparada com a expressiva queda de 17,06% nos papéis registrada na última sexta-feira, 20, após a empresa anunciar que espera prejuízo recorde de quase US$ 1 bilhão no segundo trimestre do ano fiscal de 2014, além de confirmar a demissão de cerca de 4,5 mil empregados.
Fonte: tiinside 23/09/2013
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