A Agrinvest Brasil, companhia que administra cerca de 100 mil hectares em Mato Grosso e no Cerrado nordestino, está à procura de um sócio-investidor. O Pátria Investimentos está encarregado de prospectar interessados.
Fundada em 2005 com recursos do fundo americano Ridgefield Capital, controlado pelo trader Robert Ellis, a Agrinvest investiu aproximadamente US$ 100 milhões desde o início de suas operações.
No ano passado, a Ridgefield vendeu sua participação para um grupo de investidores brasileiros, entre os quais o diretor-presidente da companhia, o ex-trader de commodities Roberto Martins.
Pátria e Agrinvest não comentam o assunto, mas o Valor apurou que a empresa se ressente da escassez de capital de giro para abrir e operar novas áreas na região conhecida como Mapitoba (enclave entre Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia), considerada a última fronteira de expansão agrícola do país.
Diferentemente de empresas como a Brasilagro, que adquire e desenvolve terras agrícolas visando à valorização imobiliária, a Agrinvest adota um modelo baseado quase que exclusivamente na operação de áreas arrendadas de terceiros. A empresa é proprietária de apenas 12,6 mil hectares.
Uma fonte próxima à Agrinvest disse ao Valor que, embora a empresa tenha pouco capital imobilizado - uma suposta vantagem em relação a outras produtoras de grãos -, a escassez de garantias reais faz com que enfrente dificuldades para levantar recursos e fazer os investimentos necessários para acelerar o ritmo de crescimento.
Na safra passada, a Agrinvest cultivou 77 mil hectares (72 mil no Maranhão). A previsão da empresa era colher 270 mil toneladas de grãos e ultrapassar a barreira dos R$ 200 milhões em receita neste ano.
Em recente entrevista ao Valor, Roberto Martins afirmou que a companhia tem mais 22 mil hectares (entre terras próprias e arrendadas) para abrir e cultivar nos Estados do Maranhão e Piauí. Destes, 5,8 mil seriam colocados em produção neste ano.
A Agrinvest não é a única empresa com forte presença na região do Mapito em busca de um investidor. Recentemente, a Sollus Capital, sociedade entre a americana Touradji Capital e a brasileira Vinci Partners, foi colocada no mercado.
A Sollus tem uma área de 30 mil hectares - dos quais, aproximadamente 16 mil cultiváveis - em fazendas no Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia. A maior parte da área é operada pela Ceagro, recém-adquirida pela japonesa Mitsubishi.
Agrinvest e Sollus têm em comum a origem de seus investidores estrangeiros. Ridgefield e Touradji nasceram da mesma gestora de recursos, a Catequil Asset Management, encerrada em 2004 após uma disputa entre os então sócios Robert Ellis e Paul Touradji.
Fundos estrangeiros como Ridgefield e Touradji foram os grandes patrocinadores do avanço da agricultura empresarial no Mapitoba nos últimos anos, sobretudo a partir de 2005, com a escalada dos preços da soja. Ao longo da última década, a área plantada com o grão na região praticamente dobrou, alcançando 3 milhões de hectares na última safra.
A euforia dos investidores esfriou depois de 2010, quando a Advocacia Geral da União (AGU) divulgou parecer contrário à aquisição de terras por estrangeiros. Valor Econômico
Fonte: aviculturaindustrial 18/09/2013
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