O mercado de computação em nuvem - que engloba a oferta de infraestrutura de tecnologia da informação (TI), software e serviços por meio de uma conexão à internet - apresentou avanços nos últimos anos e oferece um cenário favorável para as operadoras de telecomunicações. A consultoria Frost & Sullivan estima que o mercado de nuvem vai crescer 74% em receita este ano no país, para US$ 302 milhões, e se manterá em um ritmo acelerado de expansão, alcançando US$ 1 bilhão em 2016.
A consultoria fez uma pesquisa com 121 dirigentes da área de TI de companhias de diferentes setores para avaliar o mercado de nuvem. Para 72,7% dos entrevistados, a segurança é o principal fator de restrição para a adoção desse modelo de tecnologia. As restrições de acesso são outro fator citado por 59,5% dos respondentes. "Embora seja considerado um fator restritivo, o acesso representa a maior oportunidade para as operadoras de telecomunicações, porque elas dispõem da infraestrutura de redes e de centros de dados para oferecer os serviços", afirmou Fernando Belfort, analista de tecnologia da Frost & Sullivan para América Latina.
Belfort também considerou como pontos que favorecem as operadoras na competição a sua presença capilarizada nas diferentes regiões do país e uma estrutura maior de atendimento a companhias que a de empresas de TI. "As teles já possuem um relacionamento com as empresas e podem alcançar facilmente esse público", disse o analista.
Nos últimos 12 meses, as operadoras reforçaram investimentos na área de serviços em nuvem e ampliaram parcerias com empresas de TI. O maior investimento foi feito pela Telefônica, com a instalação de um centro de dados em Santana do Parnaíba (SP), que custou à companhia R$ 400 milhões.
Silvio Antunes, diretor-executivo nacional de negócios para empresas da Telefônica, disse que os serviços em nuvem são pouco representativos na receita da operadora, mas é o segmento que mais vai crescer nos próximos anos. A demanda é aquecida sobretudo em empresas do varejo, bancos e seguradoras. "
A expectativa é que o mercado de nuvem mantenha esse ritmo de crescimento de 74% nos próximos anos", afirmou Antunes. Parte dos serviços oferecidos pela Telefônica contam com parceiros como Cisco Systems, Microsoft e Hewlett-Packard. "A formação de parcerias é uma tendência natural nesse mercado", disse Antunes.
A Oi fez novas parcerias na área este ano. Maurício Vergani, diretor da unidade de negócios corporativos da Oi, disse que a operadora vai oferecer novos serviços no segundo semestre em conjunto com a Portugal Telecom, aproveitando a infraestrutura de centro de dados que a companhia portuguesa possui na Europa. "Vamos trabalhar conjuntamente em serviços que serão prestados nos dois países, aproveitando também as parceiras que a Portugal Telecom tem com grupos de TI", disse Vergani.
A Oi também fez um acordo com a empresa alemã SAP para ofertar na nuvem softwares de gestão de dispositivos móveis e sistemas de análise de dados em tempo real na nuvem (Hana). A tele tem entre seus parceiros a VMware, Cisco Systems e Hitachi. "A tendência desse mercado é trabalhar em cooperação", disse Vergani.
Para as companhias de TI, a oferta conjunta também é vantajosa, pois as operadoras já atendem empresas fora dos grandes centros urbanos. Vergani disse que a Oi negocia contratos com grupos de TI para oferecer serviços sofisticados a empresas de pequeno e médio portes. "Com isso, as empresas de TI ampliam as vendas, atingindo um público que antes ela [a Oi] não alcançava", disse o executivo. A Oi tem cem clientes empresariais na área de serviços em nuvem.
Em 2012, esses serviços representaram 3% da receita com clientes empresariais da Oi. A meta é ampliar para 15% até 2015. Fernando Belfort, da Frost & Sullivan, disse que as teles, no entanto, ainda são pouco lembradas como fornecedoras de serviços em nuvem.
No topo da lista está o Google, lembrado por 57,9% das empresas, seguido por Microsoft (43%), Amazon (39,7%), IBM (29,8%), Locaweb (23,1%), UOL Diveo (21,5%) e Cisco (10,7%). Entre as teles lembradas estão Telefônica (6,6%), British Telecom (5,8%), Embratel (5%) e Oi (1,7%). A British Telecom já prestava serviços de conexão em nuvem e, em maio, incluiu infraestrutura de call center para empresas no país.
A Embratel também reforçou sua atuação, com a instalação de um centro de dados em São Paulo, com recursos de R$ 100 milhões. A Embratel oferece serviços de hospedagem de servidores, armazenagem de dados, segurança e softwares, com parceiros como Microsoft, Mozy e McAfee.
A TIM informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que busca novos parceiros para seu serviço em nuvem, lançado em março. A tele oferece softwares para relacionamento das empresas com clientes e outros serviços, com tecnologia da Salesforce. Valor Econômico
Fonte: clippingmp 19/08/2013
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