Para marcar presença em todo o ciclo de compras na internet, a companhia brasileira investe em mobilidade e processos do varejo.
Quando o Buscapé foi criado, em 1998, com um investimento de R$ 300, o comércio eletrônico engatinhava no Brasil e o celular ainda era um artigo para poucos.
Passados quinze anos desde então, o e-commerce caminha a passos largos no país e dispositivos como os smartphones e tablets estão transformando substancialmente o comportamento dos consumidores. É justamente na velocidade dessas mudanças que o Buscapé está investindo para manter sua relevância no mercado.
"Nossa orientação continua a ser a mesma: dar poder ao consumidor de fazer a melhor compra", afirma Rodrigo Borer, vice-presidente de Comparison Shopping do Buscapé. "O que estamos acrescentando é a possibilidade dele fazer isso no momento que lhe for mais conveniente, pelo dispositivo que ele quiser. Hoje, as condições não são mais ditadas pelo varejo. O poder está na mão do consumidor", diz o executivo.
O movimento do Buscapé é parte de uma estratégia que vem sendo construída ao longo dos últimos anos, com um forte componente de aquisições.
Pouco a pouco, a empresa ampliou seu modelo original, focado na comparação de preços, para um leque diversificado de negócios, com o objetivo de marcar presença em todo o ciclo de compras na internet. Atualmente, a atuação da companhia inclui desde pesquisas de mercado até processos de pós-venda.
A continuidade desses esforços envolve duas vertentes de investimento. A primeira delas é a mobilidade, segmento que entrou oficialmente no radar da empresa em outubro de 2012.
Na época, o Buscapé lançou um aplicativo, que, entre outros recursos, permite a compra direta do produto sem que seja necessário acessar o site do varejista. No início do ano, essa ferramenta foi estendida ao site do Buscapé.
Como reflexo de pesquisas realizadas com usuários que baixaram o aplicativo, o Buscapé está trabalhando agora na evolução dessa ferramenta. Com uma área de pesquisa e desenvolvimento focada especificamente em mobilidade, a empresa está investindo para aprimorar a experiência móvel do consumidor. Uma das novidades que estão sendo testadas é a possibilidade do usuário iniciar a compra em um dispositivo e continuar esse processo, do mesmo ponto, em outro equipamento, seja ele um smartphone, um tablet ou mesmo um PC.
"Não é só uma questão de mobilidade, mas de estar presente no momento em que o consumidor decide pela compra, de gerar mais valor na ponta do usuário", explica Borer.
Um estudo recente das consultorias M.Sense e Hi-Mídia ilustra bem esse contexto. Segundo a pesquisa, 73% dos consumidores efetivam suas compras por meio do desktop, depois de pesquisar sobre os produtos em smartphones e tablets. Ao mesmo tempo, 67% dos 1.796 entrevistados disseram que realizam compras - excluindo aplicativos - por dispositivos móveis, sendo que a possibilidade de comprar a partir de qualquer lugar foi apontada como a principal vantagem desses aparelhos por 60% desse público.
Um dos caminhos do Buscapé para aprimorar sua atuação no plano da mobilidade são as aquisições. Segundo Borer, os dispositivos móveis abrem uma série de oportunidades a explorar, o que inclui, por exemplo, os serviços baseados em localização.
As aquisições também estão diretamente relacionadas à segunda prioridade estratégica da companhia: a oferta de serviços que aprimorem os processos realizados pelos varejistas.
"Vamos buscar oportunidades onde ainda não atuamos e que são o calcanhar de Aquiles do varejo, como logística e integração de todos os canais de contato com o cliente", observa Borer.
Nessa direção, um dos serviços desenvolvidos pelo Buscapé é o Price Monitor. Com uma ampla base de informações sobre as vendas que são realizadas pelo comércio eletrônico no país, o Buscapé oferece um painel no qual o varejista pode comparar a precificação de seus produtos com os preços que estão sendo praticados pela concorrência, em tempo real. A partir da monitoração desses dados e dos limites de margem para cada produto ou linha específica, o varejista consegue estabelecer um preço que for mais adequado para ter vantagens sobre seus rivais.
Os serviços para reduzir os índices de "abandono de carrinho" - processos de compras virtuais que por qualquer motivo não foram concluídos - são outro ponto de atenção. Por meio de sistemas instalados nos navegadores dos internautas, o Buscapé consegue identificar quando um consumidor acessa uma determinada loja virtual para pesquisar um produto e não efetiva a transação. Quando esse usuário acessa o Buscapé, a companhia oferece àquele portal de comércio eletrônico a possibilidade de alcançar o mesmo internauta com uma oferta personalizada, baseada em suas pesquisas iniciais. Dados do Buscapé apontam que a solução, batizada de SmartCard, consegue recuperar até 20% das compras que foram interrompidas.
Segundo Borer,o conjunto de estratégias do Buscapé é o desafio de todos os varejistas e tem como base o atendimento multicanal.
"A ficha caiu para o varejo. É preciso enxergar todos os canais, investir em todos esses elementos e enxergar elos entre todos eles", afirma.
NÚMEROS
R$ 2 bi: Essa é a previsão de receita para o comércio eletrônico via dispositivos móveis no Brasil em 2013, segundo estudo das consultorias Hi-Mídia eM.Sense
60%: Dos consumidores apontam a possibilidade de comprar a partir de qualquer lugar como a principal vantagem dos smartphones e tablets. Moacir Drska
Fonte: brasileconomico 20/08/2013
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