As empresas, hoje, não podem dar-se ao luxo de se equivocar em seus investimentos e escolher o alvo errado para uma fusão ou aquisição. É prática corrente as empresas realizarem due diligence antes de fechar um negócio, mas, no futuro, como elas irão avaliar umas às outras para reduzir ainda mais o risco de não obter sinergias e concretizar potencial lucratividade?
Vejamos o exemplo da fusão entre a Daimler-Benz e a Chrysler. No papel, pode ter sido uma parceria perfeita, mas confrontos internos a atingiu desde a gestão até a fabricação. A cultura das duas organizações mostrou-se inadequada e isso contribuiu para um confronto crítico, culminando em um erro que custou caro.
A sinergia entre cultura, gestão, sistemas e infraestrutura tem que ser enfrentada e resolvida como parte dos esforços de transformar duas organizações em uma. Não basta, portanto, fazer uma análise da documentação. A due diligence bem-sucedida do futuro requer processos de comunicação integrados independentes de plataforma ou de navegador.
Quanto mais integrada for a comunicação ao longo da fase de descobrimento e após, mais confrontos potenciais podem ser descobertos, prevenidos ou evitados. É claro que a análise de documentos será mantida, mas a norma nas trasações será integrá-la com plataformas de áudio e vídeo, que o mundo está cada vez mais acostumado a usar para compartilhamento de informações em tempo real, a qualquer hora — FaceTime e Skype. É um aspecto especialmente importante, uma vez que as organizações que se juntam tendem a ser mais transnacionais e multinacionais.
O fracasso de muitas fusões e aquisições foi agravado pelo fato de as pessoas não poderem conectar-se, trabalhar a partir da mesma plataforma ou seguir uma agenda, o que representaria sinergias e metas cumpridas. Comunicação integrada significa saber o que as outras pessoas estão fazendo (e trabalhar com estas pessoas no idioma nativo delas), em qualquer lugar do mundo.
O workflow possibilita a comunicação e permite que os envolvidos saibam o que está acontecendo em um processo, no idioma com o qual se sentem mais confortáveis, o que mantém os projetos nos trilhos.
Transparência na comunicação, uso de workflow, idioma nativo, análise de documentos e interação “frente a frente”: é assim que as pessoas trabalham juntas nas organizações que cumprem agendas e alcançam o sucesso. Se pudéssemos olhar para uma bola de cristal e perguntar qual será o futuro de due diligence, eu terei que dizer que proporcionará comunicação integrada, para que todos os aspectos de um negócio possam ser analisados e “sinergizados”, desde a cultura até as finanças e vice-versa. Ana Paula de Castro é advogada formada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e vice-presidente da Merrill DataSite na América Latina - Revista Consultor Jurídico,
Fonte: conjur 22/07/2013
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