05 julho 2013

Eurofarma chega à Guatemala e mira México

A farmacêutica nacional Eurofarma comprou o laboratório Laprin, com sede na Guatemala - a sexta aquisição do grupo fora do Brasil desde 2009, quando deu início ao seu processo de internacionalização. Os próximos passos são construir uma fábrica na Venezuela e fazer uma aquisição no México até 2015, afirmou ao Valor a executiva Maria del Pilar Muñoz, diretora de novos negócios e sustentabilidade da companhia.

 Essa é a segunda aquisição do grupo neste ano - a primeira foi em fevereiro no Peru. A operação da Guatemala permitirá à companhia ter acesso aos mercados do Panamá, Nicarágua, Honduras, El Salvador, Costa Rica, República Dominicana e Belize.

 Nos últimos quatro anos, o grupo realizou investimentos de cerca de R$ 1,5 bilhão para promover sua expansão dentro e fora do país, apurou o Valor. A Eurofarma definiu como estratégia avançar na América Latina - alcançar 90% desse mercado até 2015 - e planeja expansão para outras regiões até 2020. No Brasil, a companhia também fez importantes aportes, o que inclui expansão orgânica em seu complexo industrial em Itapevi (Grande São Paulo), aquisições e parcerias estratégicas.

 No ano passado, a companhia encerrou com faturamento bruto de R$ 1,8 bilhão e estima crescer 17% este ano, com o lançamento de novos medicamentos - cerca de 20 no total. Uma das maiores farmacêuticas do país com o foco em prescrição médica, a companhia quer replicar o modelo brasileiro nos países onde já atua.

 Segundo Maria del Pilar, a Eurofarma definiu em 2005 seu primeiro planejamento estratégico para expandir seus negócios dentro e fora do país. No segundo semestre do ano passado, a empresa começou a fazer revisão de sua estratégia, que deverá ser concluída este ano. "Não mudamos em nada nossos planos de crescimento. O acionista olha para o futuro, com projeto agressivo de internacionalização", disse.

 Após as recentes aquisições, o grupo vai fazer integração de suas unidades e planejar o que poderá ser exportado a partir do Brasil, de acordo com a executiva. "Para o grupo, é importante ter presença na América Latina. Além da proximidade geográfica, esses países têm culturas parecidas. A questão regulatória também é relevante, uma vez que os dossiês de registros de medicamentos da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] podem ser replicados nesses países". A presença em países emergentes latino-americanos também podem atrair importantes parcerias para licenciamento e distribuição de medicamentos.

 O processo de internacionalização do grupo teve início em 2009, com a compra do controle do laboratório argentino Quesada. Um ano depois, o grupo comprou o Gautier, no Uruguai, também com presença no mercado boliviano. Em 2011, a Eurofarma adquiriu o laboratório nacional Segmenta e as unidades Volta e Farmindústria, no Chile, que se fundiram na Euromed. No mesmo ano, a companhia se associou à Cristália e MSD (Merck & Co.) para a criação da Supera RX, empresa que comercializa os produtos maduros das três companhias. Em 2012, a farmacêutica comprou uma unidade da MSD na Colômbia. A empresa também é sócia da Inova, que atua em saúde animal, com a venda de vacina contra febre aftosa.

 No mercado interno, a Eurofarma quer intensificar pesquisas em inovação. A companhia faz parte da superfarmacêutica Orygen junto com Biolab e Cristália, para a produção de biossimilares. "A Eurofarma, de forma independente, também tem planos para investir em produtos inovadores", disse Maria del Pilar. Por Mônica Scaramuzzo | De São Paulo Valor Econômico
Fonte: clippingmp 05/07/2013

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