A companhia de tecnologia da informação Stefanini IT Solutions está finalizando a aquisição de uma companhia nos Estados Unidos, a décima nos últimos tempos. A direção da empresa decidiu também que vai abrir seu capital para captar pelo menos R$ 600 milhões para dar 'saltos maiores'.
A revelação foi feita ao Valor pelo fundador e principal executivo da companhia, Marco Stefanini, ao participar de evento da Ernst & Young como ganhador do prêmio empreendedor do ano no Brasil, atribuído pela consultoria britânica.
Nos últimos cinco anos, as aquisições multiplicaram por cinco o tamanho da Stefanini IT. O faturamento de US$ 1,2 bilhão projetado para este ano contará com 40% de negócios no exterior, o que faz dela uma das empresas brasileiras mais internacionalizadas. As aquisições no estrangeiro fazem parte da estratégia de continuar ganhando mais rapidamente fatias de mercado.
Marco Stefanini disse que a empresa média que planeja comprar até o fim do mês no Leste dos EUA é prestadora de serviços na área de aplicações e sua base de clientes 'é muito importante'.
O empresário não revela valores. Mas diz que a compra está orçada no pacote de investimentos de US$ 150 milhões para o médio prazo. Ele afirma que a Stefanini IT não é muito lucrativa, mas é bem equilibrada, e o dinheiro em caixa ajuda a fazer aquisições. Como a empresa praticamente não tem dívida, segundo ele, sua capacidade de alavancar é maior.
Além disso, o executivo pretende abrir o capital ou vender 10% da empresa para um fundo de investimento. Mas se apressa a dizer que o objetivo principal é mesmo fazer uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).
"Até hoje fizemos algo raro, expandindo com capital próprio. Aqui [no encontro de Mônaco] são raríssimos os empreendedores que não tenham investidor. Já fomos bastante longe. Para dar saltos bem maiores precisamos ter mais suporte financeiro", disse.
Levando-se em conta um múltiplo de 12 do Ebit (resultado operacional), o valor da companhia estaria por volta de R$ 2,5 bilhões. Como para abrir o capital tem que vender no mínimo 25%, o empresário estima que a meta de captação de R$ 600 milhões seja a mais provável.
A decisão de abrir o capital está tomada, disse Marco Stefanini, ao considerar que a empresa está relativamente preparada, mas sem definir o momento da operação. "Depende da situação econômica. O momento não está favorável." O empresário disse que não lançou a oferta de ações antes porque o processo demanda muita energia, e o momento atual é de trabalho intenso, porque opera uma empresa em 30 países, com 17 mil funcionários, em um cenário econômico desfavorável.
O faturamento de US$ 1,2 bilhão estimado para este ano significa aumento menor, de 15% a 20%, comparado a 25% a 30% até recentemente.
A empresa aposta em ofertas de inovação, marketing digital para empresas de bens de consumo, bancos e grandes prestadores de serviços, como mídias sociais. "É um mundo que está se integrando às grandes bases de tecnologia das grandes empresas, e fazemos um mix desses dois ambientes", disse.
Marco Stefanini trabalha com a perspectiva de crescimento de 2,5% a 3% da economia brasileira este ano e talvez 4% no ano que vem. "Infelizmente ainda não temos condição de crescer muito mais. O importante é aproveitar esse momento difícil para fazer uma série de reformas, porque quando tudo sopra a favor, não se faz nada", disse. Valor Econômico
Fonte: resenhaeletronicafazenda 10/06/2013
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