A unidade brasileira da indústria alemã investirá em pesquisa e desenvolvimento; fábrica de Berford Roxo receberá atenção especial.
A satisfação com o desempenho da Bayer CropScience marcou a primeira visita ao Brasil do presidente global da farmacêutica alemã, Markin Dekkers. Para fundamentar o otimismo, o executivo apresentou os números globais da companhia no primeiro trimestre. No período, os negócios de Life Science ditaram o ritmo de crescimento.
As vendas do grupo Bayer reportaram alta de 3,7% entre janeiro e março, e chgou a € 10,3 bilhões. "O setor de Healthcare se beneficiou da criação de cinco novos produtos farmacêuticos que apresentam resultados promissores do nosso pipeline. Juntos, Xarelto, Eylia, Stivarga, o dicloreto de rádio-223 e o Ricioguat, registraram um potencial de vendas que ultrapassou a barreira dos € 5,5 bilhões", afirmou
Dekker, que ainda reforçou que os medicamentos da Bayer que não são sujeitos a receita médica, a chamada linha Consumer Care, registraram forte crescimento nos três primeiros meses do ano.
Dekker ainda sinalizou que está de olho no crescimento do agronegócio brasileiro. O executivo afirma que as projeções para o setor CropScience são as mais favoráveis do grupo alemão. "A agricultura é um setor muito explorado no Brasil, o que impulsiona as vendas do segmento de CropScience e fazem a Bayer mirar com atenção especial para este ramo de atuação.", diz Dekkers.
Vale lembrar que a Bayer CropScience é responsável por mais de metade das vendas do grupo no país. Na sequência, aparecem a Bayer HealthCare (aproximadamente 29%) e a Bayer MaterialScience (cerca de 14%).
Para Theo Van der Loo, presidente da Bayer Brasil, a estratégia para que a unidade brasileira se mantenha na disputa pela liderança do setor de CropScience no mundo - há anos as fábricas brasileiras e americanas se revezam no topo do segmento - vem sendo a aquisição e os acordos de licenciamento agregadores que impactaram o Brasil nos últimos anos.
"Estamos focados em fazer aquisições que nos agreguem. As recentes compras foram relacionadas a empresas que fornecem novas tecnologias que possam alavancar o desempenho da empresa no país. O acordo com a Biotrigo Genética permite à Bayer utilizar a linhagem de novas variedades de trigo de uma das maiores empresas de melhoramento do Brasil neste ramo. Além disso, atribui conhecimentos para que a empresa consiga aperfeiçoar a produção a partir da criação de tecnologia para climas específicos como o do Brasil", diz Dekkers.
Outros dois novos negócios que a Bayer anunciou recentemente foram a aquisição do banco de germoplasma de soja da Melhoramentos Agropastoril e o acordo para adquirir a empresa de sementes de soja Wehrtec e os negócios de soja da Agrícola Wehrmann.
Diante da preocupação em expandir os negócios de soja da Bayer, Dekkers não descarta novas aquisições para o setor de CropScience. "O Brasil e a Argentina são os únicos países que ainda tem áreas cultiváveis que ainda não foram cultivadas. Por isso, queremos nos tornar ainda mais fortes neste segmento por aqui. E permaneceremos fazendo novas negociações relacionadas ao setor. Fazemos aquisições para melhorar as nossas técnicas e desembolsamos o que for necessário para conquistarmos ganhos a partir de avanços tecnológicos que sejam proporcionados por nossas compras".
Na área farmacêutica, o executivo responsável por comandar a unidade brasileira também não descartou aquisições, porém não sinalizou que há alguma negociação em curso. "Depende dos ativos e do portfólio de medicamentos que a outra empresa dispõe", disse Van der Loo, afirmando que a área de medicamentos isentos de prescrição está no radar dos investimentos do grupo alemão.
Em 2013, a Bayer pretende investir R$ 152 milhões em seus negócios no Brasil, destinados principalmente a construção de novos laboratórios de pesquisa e desenvolvimento, o estabelecimento do EcoCommercial Building na unidade de Socorro, que será finalizada no quarto trimestre deste ano.
"Mesmo com os rumores de uma nova fábrica, pretendemos realizar aportes para a unidade de Belford Roxo, com o objetivo de realizar melhorias de suas instalações", conclui Van der Loo, que nega planos de investimento no Nordeste no médio prazo, mesmo que a região confirme ser a segunda maior consumidora de medicamentos, atrás apenas do Sudeste.
Dekkers afirmou que os setores agrícolas e de fármaco continuarão sendo os principais motores da companhia em território brasileiro. Ainda para os próximos anos, a Bayer espera crescer acima de dois dígitos no Brasil. por Marcelo Ribeiro
Fonte: brasileconomico 22/05/2013
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