Figueiredo, do Cruzeiro do Sul: alvos são instituições com mais de 5 mil alunos.
Após concluir a compra da Unifran (Universidade de Franca) no começo deste mês, o Grupo Cruzeiro do Sul Educacional já está prospectando novas aquisições. Mas, apesar de ganhar musculatura com essa estratégia, o grupo de ensino descarta uma abertura de capital neste ano.
"Os bancos disseram que já temos tamanho para a oferta pública inicial, mas não queremos uma abertura de capital muito próxima do limite. Poderíamos fazer uma oferta entre R$ 350 milhões e R$ 450 milhões, mas não queremos baixa liquidez", disse Fábio Figueiredo, diretor de desenvolvimento do Grupo Cruzeiro do Sul, que tem como segundo maior acionista a gestora inglesa de "private equity" Actis.
O Cruzeiro do Sul deve encerrar o ano com uma receita de cerca de R$ 600 milhões, o que representa um acréscimo de pouco mais de R$ 100 milhões em relação a 2012.
Segundo Figueiredo, há uma "janela" de 18 a 24 meses para a oferta de ações da companhia. Segundo fontes do setor, outros dois grupos educacionais - Ânima e Maurício de Nassau - podem abrir seu capital neste ano e havia informações no mercado de que o Cruzeiro do Sul seguiria o mesmo caminho. "Se outras empresas abrirem o capital antes, o desempenho delas servirá também como referencial para nós. Nos posicionamos em um patamar diferente em relação as três companhias que já estão na bolsa", disse, referindo-se a Kroton, Anhanguera e Estácio.
O grupo educacional paulista está de olho, principalmente, em universidades e centros universitários localizados no Sudeste e Nordeste do país. "Conhecemos melhor essas duas praças e nosso interesse são negócios com mais de 5 mil alunos. As faculdades muitas vezes têm um número menor de estudantes", disse o executivo, que é filho do fundador da Universidade Cruzeiro do Sul.
A companhia é dona de três universidades (Cruzeiro do Sul, Unicid e Unifran), dois centros universitários (Módulo e UDF) e dois colégios de educação básica (Cruzeiro do Sul e Alto Padrão). No segmento de ensino superior, tem cerca de 73 mil alunos matriculados em campi localizados em São Paulo, Caraguatatuba e Franca SP), além de Brasília. Na educação básica, são 3 mil alunos.
Segundo Figueiredo, o maior crescimento orgânico virá do ensino a distância (EAD). Hoje, são 15 mil pessoas estudando nessa modalidade e a meta é que esse número chegue a 60 mil até 2016. O executivo projeta a expansão devido aos polos de EAD da Unifran que ainda não estão em sua plena capacidade.
Atualmente, o grupo educacional tem como acionistas as famílias Figueiredo e Padovese, fundadores da Universidade Cruzeiro do Sul com mais de 50%; a gestora Actis, com cerca de 35%; e as famílias Naddeo e Ludovice, da Unicid e Unifran, respectivamente.
Por Beth Koike | De São Paulo
Fonte: Valor Econômico 21/05/2013
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