Ex-corretora do Banif se associa a Máxima, Magliano e Souza Barros e vira “prime broker”.
Nos últimos anos, as corretoras investiram milhões de reais na tentativa de se preparar para a enxurrada de ordens vindas dos cinco milhões de investidores que eram esperados na bolsa de valores. Mas a crise econômica jogou um balde de água fria nessa estimativa e consequentemente na expectativa de retorno do negócio. Em alguns casos, a saída para contornar o aumento de custos sem a respectiva entrada de receitas esperadas foi a de unir as operações - como no caso da Prosper e Planner. Mas a CGD Securities preferiu trilhar outro caminho. A ex-Banif se inspirou no mercado americano e está se transformando em uma "prime broker" e deve anunciar nas próximas semanas parcerias com outras corretoras que passam a terceirizar a sua execução na bolsa.
"A infraestrutura tecnológica e os sistemas para ordens se tornam responsabilidade da CGD", explica
Everson Ramos, diretor adjunto da CGD Securities. "Esse modelo só foi possível porque a nossa
estrutura foi desenhada para atender 10 vezes mais do que a gente pratica no mercado", complementa o executivo. Segundo algumas fontes, o sistema da CGD suporta até 200 mil clientes.
Com as parcerias, a casa ganha não apenas volume operacional - que deve alçá-la às primeiras colocações do ranking das corretoras (hoje ela está entre as 20 maiores do mercado) - como também parte da receita das operações. A primeira a fechar parceria foi a corretora Máxima
e depois vieram Souza Barros e Magliano. Segundo Ramos, duas outras casas já fecharam acordo
e devemser anunciadas nos próximos dias. "Temos conversa com outras 10 instituições financeiras, entre elas, bancos", afirma o executivo.
A decisão da Máxima de acertar a parceria coma CGD também está trazendo frutos para a casa.
Com a economia mensal de R$ 1,2 milhão, a corretora ampliou o leque de produtos oferecidos aos
clientes e o carro-chefe é o câmbio. "Pedimos autorização ao Banco Central para que a casa pudesse operar câmbio porque já estávamos de olho nos eventos da Jornada da Paz, Olimpíada e Copa do Mundo", explica José Costa Gonçalves, diretor da Máxima Corretora. "Sabíamos que precisaríamos mudar o nosso modelo de operação, porque só a bolsa não iria nos sustentar. Pensamos em nos juntar com outras corretoras, até que veio a ideia de passar a operar por
meio de terceiros", lembra.
A expectativa é que até o fim do ano as operações dos correspondentes cambiais representem
50% do faturamento da corretora.
O único medo da Máxima era que o novo formato pudesse prejudicar os clientes. Mas o temor foi
dissipado logo que viram que os dados permanecem em sigilo, ou seja, a CGD não tem acesso às informações. "A tendência é que sobrem no mercado algo entre 10 e 15 corretoras, como acontece nos Estados Unidos. Quando se tem uma fusão, uma das partes sempre é diluída e não queríamos isso", afirma Cristiano Abdalla, diretor da corretora Máxima, acrescentando que está aumentando a
equipe de vendas.
No caso da Magliano, os recursos que eram usados para manter a execução com a bolsa foram reinvestidos na equipe de atendimento ao cliente e na criação de novos produtos. Hoje, a casa tem sete fundos de investimento e a expectativa, segundo o diretor-geral, Raymundo Magliano Filho, é que cheguema 10 até o fim do ano. "Já nem olhomais o ranking de corretoras. Hoje, as que se preocupam com isso estão nos primeiros lugares mas só têm prejuízo, isso não é autossustentável", diz Magliano. Procurada, a Souza Barros não atendeu à reportagem até o fechamento da edição.
Natália Flach
Fonte: brasil econômico 24/05/2013
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