O mercado brasileiro de TI registrou um avanço mínimo no uso de tecnologia. Segundo a pesquisa do Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-EAESP), em média, gastos e investimentos em TI atingiram 7,2% da receita nas empresas, em 2012. No estudo anterior, a média foi de 7%. O valor total desse aporte depende do estágio e nível de informatização de cada setor.
A FGV estima que este percentual suba para 8% em quatro anos, puxado pelas grandes empresas. "Não existe uma economia de escala em tecnologia no Brasil. Crescemos muito pouco, pois o cenário econômico não está favorável", diz o professor da FGV e coordenador da pesquisa, Fernando Meirelles. Para o segmento de PMEs, a automatização será alavancada pelas exigências fiscais e regulatórias. De acordo com o professor, serviços de telecomunicação ainda não foram incluídos nos custos e investimentos em TI, pois depende da particularidade de cada empresa. “Telecom está em processo de migração e aos poucos está sendo inserida na TI”, acrescenta Meirelles.
Os índices apresentados na pesquisa revelam que os gastos e investimentos em TI de países mais desenvolvidos são constantemente superiores aos nacionais. Em 2010, a média norte-americana fiou em 11% enquanto a europeia registrou 8%. Entretanto, o Brasil aparece à frente dos países da América Latina, que destinaram 5% das receitas em tecnologia. “Os números representam a informatização do País. Mesmo com um crescimento baixo, a TI está crescendo no Brasil e a tendência é de avanço ano a ano”, aponta.
Tecnologias de ponta
Apontada como tendência, a computação em nuvem foi incluída na pesquisa, porém, não obteve número significativo para um resultado conclusivo. “Por mais que o mercado fale que o cloud computing já é realidade nas empresas, a verdade é um pouco diferente. Com certeza, muitas empresas usam serviços na nuvem, mas isso não significa que elas estão na nuvem. Ainda não conseguimos responder quantas companhias no Brasil estão, de fato, no cloud”, diz.
Em 2011, a pesquisa da FGV incluiu o uso de softwares de inteligência analítica e para este item os números foram mais precisos. Este segmento apresentou nível consolidado sendo responsável por parte significativa dos lucros de grandes fornecedores como SAP, Oracle e TOTVS. Entre as grandes empresas, a SAP lidera o mercado com 32%, seguida pela Oracle com 27% e TOTVS com 9%. Por outro lado, a TOTVS é a líder entre as pequenas organizações com 26%, contra SAP e Oracle, com 10% e 8%, respectivamente.
Para o setor de Sistemas Integrados de Gestão (ERP), as três fornecedoras também aparecem no topo da lista da FGV e representam 81% do mercado. Entre as pequenas empresas, a TOTVS segue líder com 52% de market share, seguida pela SAP e Oracle, ambas com 8%. No segmento de grandes empresas os números são inversos, SAP lidera com 51%, contra Oracle e TOTVS, com 21% cada uma.
Nível de informatização
Todas as indústrias registraram um pequeno avanço em 2012 se comparado ao ano anterior. O setor de Finanças segue na liderança cujo percentual investido foi de 13,3%, contra 12,8% em 2011. O setor de Serviços destinou 10,4% no ano passado, sendo que em 2011 o valor foi de 10%. O segmento de Varejo ainda está na parte de baixo da tabela. O número de investimentos em 2012 esteve na casa dos 3,2% contra 2,9%, em 2011. O custo anual por usuário subiu para R$ 24.200,00, um valor próximo ao custo anual por teclado de R$ 22.400,00.
Pela primeira vez, a pesquisa anual da FGV incluiu tablets na pesquisa. Hoje, existem 118 milhões de computadores em uso - doméstico e corporativo - no Brasil, três máquinas para cada cinco habitantes, 20% de crescimento ao ano. Deste total, 5 milhões são tablets. Para 2013, a estimativa de vendas é de 22,6 milhões de unidades. Em 2014, a expectativa é de uma soma de 140 milhões de aparelhos e, em 2016, chegaremos a 200 milhões de computadores, um para cada brasileiro. “Esta previsão foi antecipada para um ano, pois a penetração de tablets é vertiginosa no Brasil", diz Meirelles.
A Microsoft continua dominando a estação de trabalho das empresas com Windows, Explorer e Office com mais de 90% do uso. Em termos de banco de dados, Oracle e SQL lideram com 36%, cada uma, seguidas por Access e Progress com 6% cada. Nos servidores corporativos o Windows tem 69% de representatividade enquanto o Linux tem 18% do uso no ambiente operacional. Léia Machado
Fonte: decisionreport 18/04/2013
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