Para diretor de Venture Capital da empresa, setor de empresas novatas no País só perde em atratividade para o da China
O Brasil tem um enorme potencial para startups, e pode ser um dos líderes em aplicativos móveis. Essa é a visão de Andrew Clark, diretor de estratégia do IBM Venture Capital Group. Apesar do nome, essa divisão da companhia não investe dinheiro em startups - age como um intermediário entre empresas maiores e as novatas.
Para o executivo, o ainda imaturo mercado brasileiro está ganhando a força necessária para atrair os grandes investidores que agem nos EUA e só perde em atratividade para o chinês. "Por enquanto, são poucos negócios. Mas o processo de consumerização irá fazer esse interesse aumentar", diz, sobre a tendência de funcionários usarem seus dispostivos pessoais para o trabalho.
Clark diz que ainda faltam parceiros locais que conheçam o mercado em nível suficiente e possam trabalhar com os grandes fundos internacionais de investimento.
Mercado incipiente
Ele afirma que muitos dos chamados Venture Capitalists (investidores em startups) no Brasil na verdade são fundos que aplicam em companhias mais maduras e, portanto, com menos risco. "Isso não é crítica, mas uma característica de mercados incipientes como o brasileiro".
O executivo da IBM acredita que empresas de software, que não precisam de grandes investimentos e usam a web como meio de distribuição, são a porta de entrada para os negócios aqui. "Vemos muita atividade deste tipo no País", conta.
Para Clark, o Brasil ganha pontos pela relativa estabilidade econômica e política dos últimos anos. "Isso é uma das coisas mais importantes para os investidores, e o Brasil está na frente se comparado com Índia e Rússia, por exemplo". Ele também cita a presença de universidades fortes, como a USP, e o espírito empreendedor do brasileiro como itens positivos. "O dinheiro (dos VCs) é atraído pelo sucesso. Quando as grandes companhias começarem a vir, será um efeito de manada", argumenta.
Aplicações móveis
Segundo ele, o fato de o Brasil ter muitos usuários de Internet wireless, e não uma rede cabeada massiva como os EUA ou Europa, é fator-chave para que o País lidere no campo das aplicações móveis. "Muitas vezes a inovação vem da necessidade", diz.
Outra oportunidade que ele enxerga é no campo de sensoreamento - a chamada "Internet das Coisas", em que dispositivos se comunicam entre si sem interferência humana. Exemplo: sensores em grandes plantações para controle de irrigação e da terra. O Instituto Cesar, no Recife, tem projetos nesse sentido.
Clark também enxerga um grande campo a ser explorado: as "cidades inteligentes", um tema campeão de audiência na IBM. "Podemos usar nossa credibilidade para por em contato com os governos startups com soluções para o trânsito, por exemplo", afirma. "Medidas como o pedágio urbano ou o alerta de inundações requerem soluções inteligentes que empreguem sensores e comunicação wireless pela nuvem", afirma. Renato Rodrigues o jornalista viajou a convite da IBM
Fonte: idgnow 05/03/2013
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