19 março 2013

Illycaffè ainda quer parceiro para cafeterias no Brasil

Empresa italiana segue crescendo mas quer lojas próprias no país para comercializar seu espresso gourmet.

Todos os anos, o italiano Andrea Illy desembarca no Brasil para uma missão: acompanhar de perto o trabalho de cafeicultores em várias regiões do país, especialmente em Minas Gerais.

 Do Brasil, sai boa parte dos grãos de café arábica que abastecem a produção da Illycaffè, algo em torno de 60% do total usado pela empresa.

 Entre uma visita e outra, o CEO da empresa e neto de Francesco Illy, fundador da Illycaffè, aproveita também para buscar um parceiro para ampliar a presença da marca no país.

 Desde 2012, Andrea tem recebido propostas de investidores, dispostos a acompanhá-lo no projeto de abrir uma rede de cafeterias de marca própria no Brasil.

 "Tivemos propostas, mas nenhuma atendeu ao que buscamos", afirma o filho caçula de Ernesto Illy, o homem por trás do crescimento grandioso pelo qual passou a empresa italiana no século XX, quando saiu de exportadora de grãos para uma das mais renomadas empresas quando se trata de cafés de alta qualidade.

 A estratégia da companhia é aproveitar a melhora dos padrões de consumo brasileiro para investir no fortalecimento da marca e no aumento das vendas. Enquanto não fecha o negócio por aqui, aproveita para expandir suas lojas no mundo.

 Recentemente inaugurou uma cafeteria em Toronto, no Canadá e outra em São Francisco, na costa leste dos Estados Unidos.

 "Em todo o mundo são cerca de 360 cafeterias e lojas de vendas dos nossos produtos, sendo 50 novas unidades abertas nos últimos anos", diz.

 Por aqui, o intuito é abrir entre 7 e 10 lojas dentro de alguns anos, especialmente na região Sudeste. Como consequência da expansão, no ano passado a companhia registrou receita de cerca de US$ 500 milhões, ante US$ 450 milhões em 2011, crescimento de 12%.

 As latas de café da Illy por aqui estão disponíveis no varejo, apenas nas redes para públicos das classes A e B, como as lojas do Pão de Açúcar, St. Marchet e o Empório Santa Luzia, em São Paulo, além de vendas pela internet. Uma embalagem de 250 gramas pode custar cerca de R$ 40.

 "Hoje, estamos presentes principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro, onde estão dois terços do mercado. Estudamos expandir a oferta de produtos para outras localidades, como Recife, Belo Horizonte e Brasilia", diz o executivo.

 Para incentivar o consumo doméstico, a companhia firmou parceria com duas fabricantes de cafeteiras expressas, a norte-americana Cuisinart e a italiana Indesit, que passarão a produzir as novas máquinas para uso de cápsulas de café.

 Na outra ponta, os cafés da Illy também estão disponíveis em 200 estabelecimentos comercias no Brasil, entre redes de hotéis e em restaurantes, como as lojas do Outback.

 Enquanto na Europa o consumo desse tipo de produto anda tímido por conta da recessão, no Brasil, segundo Andrea, o consumo dos chamados cafés gourmet cresceu muito nos últimos anos,embora ele acredite que esse crescimento deva continuar de forma menos acelerada nos próximos anos.

 "Cerca de 95% dos brasileiros tomam café. Muitos deles vêm mudando seus hábitos e pagando mais por um produto de melhor qualidade", diz.

 A busca pela permanente da qualidade é um dos tripés que a Illycaffè considera primordiais para a produção do que intitula "o melhor expresso do mundo".

 No Brasil, os investimentos da empresa tiveram início em 1991, devido à grande dificuldade que Ernesto Illy encontrou para comprar café arábica de alta qualidade. 

Assim, com uma estratégia de incentivo ao manejo, acompanhamento do produtor e disposto a pagar mais pelo café de melhor qualidade, a Illy contribuiu para o avanço da qualidade do grão brasileiro. 

Anualmente a empresa organiza o prêmio Ernesto Illy de qualidade em que premia os melhores produtores. Como resultado disso, em dez anos, o percentual de amostras de café reprovadas pela seleção de compra da empresa caiu de 83,5% na safra 2000/2001 para 29,2% na safra 2010/2011.

 Em contrapartida, as amostras aprovadas para compra saíram de 16,5% na safra 2000/2001 para 70,8% na safra 2010/2011.  Por Juliana Ribeiro
Fonte: brasileconomico 15/03/2013 

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