11 março 2013

Geofusion conquista aporte da Intel Capital

A Intel Capital, braço de investimento em empresas da fabricante americana de chips, fechou seu segundo aporte em uma companhia brasileira em 2013. O investimento, que não teve valor divulgado, foi feito na Geofusion, especializada em sistemas de geolocalização oferecidas pela internet por meio de computação em nuvem. Por esse modelo, os usuários não precisam ter sistemas instalados em seus computadores e podem acessá-los via internet em servidores dos fornecedores.

 Tradicionalmente, a Intel assume participações que variam de 15% a 30% do capital das empresas, com aportes médios de US$ 2 milhões a US$ 10 milhões - mas o valor pode ser muito superior. Há duas semanas, a companhia anunciou um aporte na WebRadar, especializada em sistemas de análise de dados em tempo real também oferecidos no modelo de computação em nuvem.

 Em entrevista ao Valor PRO - serviço de informações em tempo real do Valor -, Alexandre Villela, diretor de investimentos da Intel Capital, disse que o investimento na Geofusion teve duas grandes motivações: a aposta da companhia em tecnologias de geolocalização e computação em nuvem, duas grandes tendências do mercado de tecnologia; e o potencial de setores da economia que podem ser atendidos pela empresa.

 "O mercado [de geolocalização] ainda é desconhecido no Brasil, tem muito espaço para crescer", disse Pedro Figoli, executivo-chefe da Geofusion. De acordo com o executivo, a companhia tem 200 clientes. A maior parte (60%) é de empresas de pequeno e médio porte. Entre os principais setores atendidos estão varejo, ensino, saúde, imobiliário e cosméticos.

 O principal produto da Geofusion é o OnMaps, um serviço de mapas que reúne informações de 250 fontes como IBGE, Ministério do Trabalho e consultorias, para exibir perfis da população e do consumo nas cidades brasileiras. Segundo Figoli, um varejista pode usar o serviço para planejar a abertura de novas lojas, ou avaliar que tipo de produto tem mais potencial de sucesso em uma determinada região. Os clientes assinam contratos de 12 meses e pagam valores fixos mensais. O preço depende do número de usuários e da quantidade de bases de dados em uso.

 Criada em 1996, a Geofusion operou como uma consultoria de geomarketing na área de varejo até 2008. A partir daí, a empresa direcionou suas atividades para o desenvolvimento de um sistema de mapas próprios. "Só com a consultoria não conseguiríamos ter a escala que atingimos com a oferta pela internet", disse Figoli.

 De acordo com o executivo, nos últimos cinco anos o número de clientes da Geofusion cresceu dez vezes, enquanto o quadro de funcionários passou de 20 para 50 (dois terços dos quais voltados à área de tecnologia e captação de dados, e o restante à administração e vendas). Durante esse período, a receita tem crescido a um ritmo de 60% ao ano e o objetivo, disse Figoli, é elevar esse patamar para 100%. A Geofusion não revela sua receita atual. Mas o plano é chegar a um valor de R$ 100 milhões em até cinco anos.

 A projeção de crescimento está baseada no aumento das vendas no Brasil, mas também na expansão internacional da companhia. Segundo Figoli, muitos clientes estrangeiros que usam o OnMaps no Brasil e até empresas brasileiras com atuação fora do país têm pedido à Geofusion para expandir suas operações. A ideia é iniciar esse processo em dois anos, com foco especialmente no mercado dos Estados Unidos. "Já fizemos negócios em países da América Latina por conta de clientes, mas apostar nesses países exige muito esforço para atender a mercados pequenos", disse o executivo.

 O investimento da Intel Capital é o segundo recebido pela Geofusion, que, em 2011, vendeu uma participação para o fundo Criatec, do BNDES. O valor do aporte não foi revelado. O fundo, que tem 36 empresas e está fechado para novos investimentos, tinha como política aplicar entre R$ 1,5 milhão e R$ 5 milhões nas empresas.

 Desde que se instalou no Brasil em 1999, a Intel Capital investiu em quase 30 empresas locais. O total aplicado ultrapassa US$ 80 milhões. De acordo com Vilela, só no ano passado foram seis investimentos, o maior número dos últimos anos. O executivo disse que as expectativas para 2013 são boas, mas não quis dizer se são superiores aos aportes registrados em 2012. "Não temos uma meta específica de investimentos. Depende muito das conversas que mantemos com as empresas", disse. Entre as áreas de interesse da companhia estão comércio eletrônico, computação em nuvem, análise de grandes volumes de dados ("big data"), saúde e mobilidade. Por Gustavo Brigatto Valor econômico
Fonte: cvmclipping 11/03/2013

Nenhum comentário:

Postar um comentário