Criada em 1997, como uma unidade de serviços internos da General Electric (GE), a indiana Genpact começou a ampliar suas fronteiras oito anos depois. O grupo americano percebeu, na época, que o potencial de crescimento do negócio poderia aumentar muito se os serviços pudessem ser oferecidos a outras companhias. A Genpact passou, então, a atuar como uma empresa separada, com foco na terceirização de processos de negócios (BPO, na sigla em inglês).
Independente, a Genpact definiu a internacionalização como uma de suas prioridades. É sob essa estratégia que a empresa pretende, agora, reforçar os negócios no Brasil, onde tem atuação desde o fim de 2011.
A principal investida é a construção de um centro de serviços no país. A previsão é de que a unidade entre em operação ainda neste ano. O valor do aporte não é revelado, mas a companhia pretende contratar cerca de 300 funcionários para a nova estrutura até o fim do ano. Atualmente, a Genpact tem 70 funcionários no país e um centro de menor porte em São Paulo. A empresa já está a procura de um local - fora da capital paulista - para instalar a nova unidade.
"A América do Sul e, em particular o Brasil, era nossa última fronteira. A ampliação da operação local é resultado direto de clientes globais da Genpact que têm negócios no país e começaram a demandar esse investimento", disse Affonso Nina, vice-presidente de negócios para a América Latina e gerente-geral da Genpact para o Brasil. Da base atual de 700 clientes globais, 120 empresas têm subsidiárias no mercado brasileiro, afirmou o executivo.
Os centros de serviços são uma parte essencial no modelo de negócios de uma empresa de BPO. Nesse mercado, os prestadores de serviços assumem a responsabilidade por diversas atividades de seus clientes. A relação inclui contas a pagar, folha de pagamento, recursos humanos e gestão fiscal. A partir de uma análise inicial dos processos feitos pelos clientes, as empresas de BPO definem e implantam softwares para tornar essas operações mais eficientes. Grande parte desses serviços é prestada remotamente.
Segundo dados da empresa de pesquisas Gartner, o mercado de BPO movimentou US$ 4,8 bilhões no Brasil em 2012, com projeção de crescer de 5% a 8% neste ano.
Diante dessas projeções e das próprias demandas dos clientes, Nina disse que o número de profissionais contratados para o novo centro pode chegar a 1,5 mil funcionários, em médio prazo. "Obviamente, pelo tempo de operação, o resultado local da Genpact ainda é pequeno, mas temos a expectativa de triplicar a receita no país neste ano e em 2014", disse o executivo. A receita da subsidiária brasileira não é revelada.
Em 2012, a Genpact apurou uma receita global de US$ 1,9 bilhão, com crescimento de 18,8% sobre 2011. A companhia reportou um lucro líquido de US$ 178,2 milhões, frente ao ganho de US$ 184,3 milhões de um ano antes.
Os planos para a operação brasileira incluem possíveis aquisições, disse Nina. O foco serão pequenas empresas especializadas na prestação de serviços de BPO para determinados segmentos econômicos, não revelados. "A princípio, não há nada formal ainda, mas nosso radar está ligado", afirmou o executivo. Por Moacir Drska Valor Econômico
Fonte: clippingmp - 07/03/2013
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