Companhia especializada em venda on-line e impressão de livros sob demanda obtém recursos da Fir CapitalBzplan
O hábito de ler um livro pode parecer ultrapassado para quem já nasceu com um computador em casa. Mas as obras impressas motivaram Índio Brasileiro Guerra Neto e Ricardo Almeida a fundar, em 2009, o Clube de Autores, um serviço on-line de impressão de livros sob demanda para autores independentes. Neste mês, a companhia recebeu um aporte do Fundo SC, gerido pela Fir CapitalBzplan, da Fir Capital. O grupo de investimentos tem como um dos acionistas a Draper Fischer Jurvetson (DFJ), dona de uma carteira de US$ 5,5 bilhões, que inclui investimentos no Skype, no Hotmail e no Baidu.
O valor do aporte é mantido em sigilo. Os recursos, disse Índio Brasileiro, presidente do Clube de Autores, serão investidos na ampliação do serviço no país e na venda dos softwares criados pela companhia para outras editoras. "A empresa nasceu da nossa experiência como autores. Passamos pelo processo tradicional de tentar publicar um livro e não conseguir", disse. Em geral, as editoras imprimem livros com edições de, no mínimo, 3 mil exemplares. Uma nova edição de correção, por exemplo, só é feita após a venda do primeiro lote.
Para permitir tiragens menores, o Clube de Autores desenvolveu um software que é conectado a uma rede de dez gráficas em diferentes regiões do país. O autor que se cadastra no serviço faz a oferta do livro no site para que seja encomendado por leitores interessados. As encomendas são encaminhadas para a gráfica mais próxima do leitor e impressas em três dias. O leitor pode buscar o livro na gráfica ou pagar para recebê-lo pelos Correios. Há também a opção de obter a versão digital da obra.
O preço do livro varia de acordo com o número de páginas. A impressão de um livro de 200 páginas custa em torno de R$ 30. "O autor pode vender por R$ 31 e ganhar R$ 1 em direito autoral, mas pode vender a R$ 40 e receber R$ 10 por exemplar", disse Brasileiro. O autor tem a chance de elevar os ganhos com direitos autorais, que nas editoras varia entre 6% e 12% do preço de venda do livro.
Em quatro anos, o Clube de Autores acumulou 24 mil títulos, produzidos por 21 mil autores de todo o país. As vendas chegaram a 175 mil exemplares no ano passado. Em quatro anos, a companhia vendeu 280 mil livros. A meta para este ano é aumentar em 100% o número de livros vendidos, disse Ricardo Almeida, sócio da companhia. "Há espaço para um crescimento desse porte", afirmou.
Como parte da estratégia de expansão, o Clube de Autores planeja iniciar neste ano a venda dos softwares desenvolvidos pela companhia para fazer a venda on-line e administrar as encomendas e a impressão nas gráficas. Para Brasileiro, uma das vantagens do serviço para as editoras é o fim da necessidade de manter um grande estoque de obras. Atualmente, o selo Prestígio, do grupo Ediouro, faz uso da infraestrutura tecnológica do Clube de Autores. Brasileiro disse que a infraestrutura será oferecida de forma que a editora poderá oferecer o serviço on-line de impressão sob demanda em seu site. "Com a mudança, vamos deixar de ser só uma publicadora para ser fornecedora de tecnologia", afirmou. A companhia negocia a venda da ferramenta a outras editoras. Valor Econômico
Fonte: interjornal 27/03/2013
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