Empresa focada em call centers pretende investir também no segmento de TI, como já faz na Itália.
Para Tripi, presidente mundial da Almaviva, IPO seria uma "oportunidade e não necessidade"
A italiana Almaviva, que atua no Brasil desde 2006, tem planos de abrir capital de sua operação local.
A oferta pública de ações, que ainda não está confirmada, serviria para a companhia de call center e tecnologia conseguir investir na expansão da atuação no país, principalmente no segmento de TI.
Um dos interesses da italiana é vender para o governo brasileiro os sistemas que a empresa já comercializa na Itália. Lá, a Almaviva foi responsável, por exemplo, por serviços como o de digitalização do processo de matrícula nas universidades públicas do país.
Para fornecer serviços similares no Brasil, a companhia precisa investir em um data center próprio para armazenamento dos dados, algo que demandaria um ao menos R$ 100 milhões, de acordo com Marco Tripi, presidente mundial e acionista controlador da empresa.
A abertura de capital seria uma forma de conseguir levantar este montante, segundo Tripi. Ele afirma que a decisão sobre o IPO deve ser tomada dentro dos próximos 12 meses, e frisa que é "uma oportunidade e não uma necessidade".
"Na área de call center somos auto-suficientes, mas para expandir a atuação precisamos investir", afirma o presidente, que também acumula a função de diretor geral da Almaviva do Brasil.
Segundo Tripi, a empresa já implementou regras de governança corporativa e tem seu balanço certificado, com base nas regras voltadas para as companhias abertas. Mesmo assim, não descarta a possibilidade de optar por outra forma de captação de recursos, como uma parceria com uma empresa brasileira ou um financiamento.
De olho na estratégia de crescimento na área de TI no Brasil, Tripi iniciou, nesta semana, uma série de reuniões com ministérios e órgãos do governo para tentar identificar tecnologias disponíveis na Itália que possam ser adaptadas ao Brasil.
"Estamos sondando as oportunidades. O foco são grandes projetos do governo, como o trem-bala", diz Tripi. Isso porque, na Itália, onde 4 mil funcionários trabalham na área de TI da empresa, a Almaviva fornece serviços para a rede ferroviária do país como controle de bilhetes, por exemplo.
Call center
No Brasil, a empresa tem a atuação focada no segmento de call center e emprega mais de 13 mil funcionários. A meta é abrir dois novos call centers por ano (veja matéria ao lado). Em março, será inaugurada uma filial em Aracajú (Sergipe), que irá empregar mais 4 mil funcionários e teve investimentos de mais de R$ 30 milhões.
Há estudos em andamento para escolha do local da próxima unidade, que será aberta ainda em 2013. O foco é a região Nordeste pois, segundo Tripi, o "turnover" de funcionários é menor que em outras áreas do país. A outras unidades estão espalhadas por São Paulo (SP), Belo Horizonte e Juiz de Fora (MG).
Além de Itália e Brasil, a empresa familiar, fundada em 1983 pelo pai de Tripi, atua também na China e Turquia, mas é no Brasil que o presidente vê o maior potencial de aumento da receita. De 2012 para 2013, a expectativa é de crescimento de 33% no faturamento, chegando a R$ 400 milhões.
A companhia atua principalmente nos segmentos de telecomunicação, finanças e mídia. Globalmente a Almaviva alcançou receita de cerca de R$ 1,8 bilhão em 2012, e 60% do total foi proveniente do segmento de TI. Por Carolina Pereira
Fonte: brasileconomico 08/03/2013
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