O custo da mão de obra no Brasil, antes atrativo para as companhias, agora é um dos vilões da perda de competitividade do produto nacional. Altos encargos sociais e reajustes acima da inflação colocaram os gastos com funcionários na lista de itens que fazem do Brasil um país caro para a produção de bens de consumo, afirmam investidores.
Um funcionário da GM do Brasil, por exemplo, recebe em média US$ 20 a US$ 25 por hora. No México, essa média é de US$ 8 e na China, entre US$ 5 e US$ 6. "O Brasil precisa de uma reforma trabalhista, não para reduzir salários, mas para permitir mais flexibilidade nas negociações", defende o presidente da GM América do Sul, Jaime Ardila.
Estudo da Roland Berger sobre o setor de autopeças conclui que, somando impostos e benefícios, o trabalhador brasileiro custa à empresa em média US$ 8 por hora. Na Argentina esse valor é de US$ 5, na China, de US$ 3, e no México, US$ 2. O Brasil, em geral, só fica atrás dos países desenvolvidos. O trabalhador americano recebe em média US$ 28 por hora e o alemão, US$ 33.
Stephan Keese, sócio da Roland Berger, diz que o custo da mão de obra brasileira deixou de ser competitivo nos últimos três anos, quando o mercado doméstico começou a estagnar e as exportações despencaram.
Outro estudo, feito pela Towers Watson, aponta que um profissional graduado de nível intermediário no Brasil tem remuneração anual média de US$ 40,4 mil, ante US$ 31,3 mil na Argentina e US$ 24 mil no México. Já o americano ganha US$ 61 mil e o alemão, US$ 62 mil. A pesquisa envolve vários setores.
O consultor sênior da Towers, Christian Mattos, lembra que os salários dos brasileiros por muitos anos ficaram defasados e só recentemente passaram a ter ganhos acima da inflação, principalmente no período de crescimento da economia. Outra ponderação é o câmbio, que pode distorcer comparativos, assim como o custo de vida em cada país.
Por CLEIDE SILVA,
Fonte: estadao 09/12/2012
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