A brasileira Veduca, empresa novata especializada em educação on-line, recebeu um aporte de R$ 1,5 milhão do grupo de investimentos do Vale do Silício 500 Startups e da Mountain do Brasil, subsidiária do grupo suíço de investimentos Mountain Partners Group. Os sócios investidores terão uma participação minoritária na companhia, segundo Carlos Souza, sócio e executivo-chefe da Veduca, que prefere não citar números.
A companhia lançou seu site em março. O serviço on-line oferece 5 mil videoaulas das 13 principais universidades do mundo, incluindo Stanford, Massachusetts Institute of Technology (MIT), New York University, Columbia, Yale e Harvard, mediante licença de uso. As aulas foram organizadas em 21 áreas acadêmicas e parte do material é legendada na língua portuguesa. "No Brasil, apenas 2% da população fala a língua inglesa, o que era uma barreira de acesso a esse conteúdo", disse Souza.
O site foi fundado pelos empreendedores Carlos Souza, André Tachian, Eduardo Zancul e Marcelo Mejlachowicz. Mesmo sem publicidade, o site alcançou audiência de 1 milhão de visitantes por mês e 5 milhões de páginas visualizadas. Para Souza, isso mostra que havia demanda reprimida no país por esse tipo de serviço. O público-alvo são estudantes universitários e professores. No país, segundo dados do Ministério da Educação, existem 6,1 milhões de estudantes, 18 milhões de pessoas com curso de graduação e 240 mil professores universitários. O acesso é gratuito e a empresa é remunerada pela venda de livros que publica, complementares aos vídeos.
A Veduca foi uma das brasileiras que participaram do TechCrunch Disrupt, maior evento de apresentação de "startups" do Vale do Silício. Durante o evento, Souza conheceu os novos sócios. De acordo com Souza, cerca de 20 grupos de investimento procuraram a companhia.
A novata atraiu o interesse de investidores principalmente por duas tecnologias que desenvolveu que geraram patentes. Uma delas foi um software de algoritmo capaz de efetuar buscas de termos encontrados na legenda das videoaulas e também termos falados pelo professor durante a apresentação. Quando se efetua a busca, o vídeo que possui o termo procurado é visto a partir do momento que o professor cita a expressão.
Outra tecnologia desenvolvida foi um software capaz de triar notícias importantes na internet e associar certo notícia a videoaulas relacionadas ao conteúdo. Souza disse que esse mecanismo é bastante similar ao serviço de AdSense do Google, que responde por 30% da receita da gigante da internet.
De acordo com Souza, os recursos serão usados para o desenvolvimento de novas tecnologias que ajudem a relacionar conteúdos em vídeo e noticiário. Parte do aporte também será investido na melhoria do acervo, no aumento do conteúdo legendado na língua portuguesa e na produção de legendas na língua espanhola. Hoje, as legendas são feitas por 250 pessoas que fazem o trabalho de forma voluntária, no sistema de rede de colaboração - como é feito no Wikipédia. "Nosso objetivo é oferecer esse serviço para países emergentes. Vamos começar pelos países de língua espanhola", disse. Por Cibelle Bouças
Fonte:valor econômico 23/10/2012
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