13 setembro 2012

Fundo Carlyle compra Tok & Stok

O Carlyle Group, segundo maior fundo de investimento em empresas do mundo, comprou ontem o controle da Tok & Stok, a maior rede de lojas de móveis e acessórios para casa do País. O valor da operação não foi divulgado oficialmente, mas o fundo pagou cerca de R$ 700 milhões por 60% da empresa fundada 34 anos atrás em São Paulo pela família Dubrule. A operação ainda precisa ser aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

 Os executivos do Carlyle e os Dubrule tiveram o primeiro contato ainda em 2008. Mas começaram a negociar no começo do ano, depois que a Tok & Stok contratou o BTG Pactual para arrumar um sócio. Vários interessados se apresentaram. Os donos da empresa, o casal Régis e Ghislaine, avaliaram a sério três propostas e desde junho negociavam exclusivamente com o Carlyle, como antecipou a colunista Sônia Racy.

 Segundo acordo, Régis vai para o conselho e Ghislaine assume a presidência da empresa. A ideia é preparar a companhia para abrir o capital na bolsa. "Por ser bem organizada e já ter grande porte, a Tok & Stok pode estar pronta em um ano. Vamos depender das condições do mercado", afirma Daniel Sterenberg, diretor do Carlyle no Brasil.

 Líder do setor, a Tok & Stok tem 35 lojas e faturou pouco mais de R$ 1 bilhão no ano passado. O plano agora é dobrar as vendas da empresa nos próximos cinco anos. Um dos focos é crescer nas regiões Sul e sobretudo, Nordeste - onde a empresa tem hoje a maior concentração de vendas por metro quadrado, mas apenas três lojas para atender essa demanda.

 Motivos.
A família Dubrule vendeu o controle da Tok&Stok por duas razões: queria um sócio para investir no crescimento da operação e resolver de uma vez a sucessão familiar. A venda também libera a o patrimônio de Régis, Gislaine e seus cinco filhos, quase todo aplicado na empresa. "Em aproximadamente dois anos, teremos um profissional do mercado no comando e a família estará no conselho", diz Régis. Os Dubrule tentaram abrir o capital da Tok & Stok anos atrás, mas o plano foi atropelado pela crise de 2008.

 O Carlyle, por sua vez, enxerga um potencial enorme no mercado brasileiro de móveis. Enquanto o consumo per capita no Brasil é de US$ 50 ao ano, em países como Canadá, Japão e Estados Unidos esse valor fica entre US$ 200 e US$ 300. Essa é a sexta compra do Carlyle no País. O fundo controla a CVC (turismo), a Ri-Happy (brinquedos) e a Scalina (meias e lingerie). Tem ainda participação na Qualicorp (corretora de planos de saúde) e na Orguel (aluguel de equipamentos para construção). Por CÁTIA LUZ , DAVID FRIEDLANDER,
 Fonte: estadao 13/09/2012

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