22 agosto 2012

Empresas de transporte e logística são cobiçadas no Brasil

Participação do setor no total de fusões e aquisições passou de 0,5% para 31,5% nos primeiros seis meses do ano

 Operações envolvendo empresas de transporte e logística responderam por mais de um terço do volume movimentado em fusões e aquisições no primeiro trimestre

Essa é a primeira vez que o setor de transporte e logística encabeça as fusões e aquisições do semestre, respondendo por 16,5 bilhões de reais - ou 31,5% do volume total negociado. Segundo levantamento da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) divulgado hoje, esse percentual foi de apenas 0,5% em 2011 e 4,3% em 2010. Para a entidade, o dinamismo deve se repetir daqui para frente, "tendo em vista os desafios ainda existentes para o desenvolvimento deste setor no país e os recentes incentivos anunciados pelo governo para investimentos nesta área".

 No retrato geral, contudo, os negócios fechados entre janeiro e junho perderam força em relação ao mesmo período do ano passado. A queda no montante transacionado foi de 36,4%, passando de 82,7 bilhões de reais em 2011 para 52,6 bilhões neste ano.

 Embora a entrada em vigor de novas regras para a análise dessas transações pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) tenha acelerado uma série de operações até maio, o número de negócios também caiu: 69 no primeiro semestre, contra 85 no mesmo período do ano passado.

 Quando o assunto são as maiores operações fechadas até agora, a OPA (Oferta Pública de Aquisição de Ações) da TAM aparece em primeiro lugar, aumentando o peso do setor de transporte. A troca de ações dos minoritários por ações da LAN chegou a 8,3 bilhões de reais.

Veja, a seguir, quais foram as maiores transações fechadas até junho:
1. OPA da TAM, para troca de ações dos minoritários por ações da LAN, no valor de R$ 8,3 bi;
2. Aquisição da participação dos minoritários da Cimpor pela Camargo Correa, somando R$ 6,1 bi;
3. Aquisição de participação na Comgás pela Cosan por R$ 4,7 bi;
4. Investimento da Mubadala no Grupo EBX na ordem de R$ 3,6 bi;
5. A Participes vendeu sua participação na OHL Brasil para a Albertis por R$ 3,6 bi;
6. Compra da Multiner pela Bolognesi e Fundos de Pensões no volume de R$ 2,1 bi;
7. A Ambev adquiriu uma participação indireta de 41.76% na Ceverceria Nacional Dominicana pelo valor de R$ 1,8 bi;
8. Joint Venture no setor de concessões rodoviárias dos Grupos Bertin e Atlantia no valor de R$ 1,6 bi;
9. OPA de permuta de ações da JBS por ações da Vigor no volume de R$ 1,5 bi;
10. A Tenaris realizou o fechamento do capital da Confab desembolsando R$ 1,3 bi para os acionistas minoritários.
Por Marcela Ayres
Fonte: exame 22/08/2012

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COMENTÁRIO:

O Boletim da ANBIMA, sobre Fusões e Aquisições, apresenta diversos infirmacões a respeito das transações realizadas no 1º semestre de 2012.

Fusões e aquisições totalizam R$ 52,6 bi no primeiro semestre 
Os anúncios de fusões e aquisições somaram R$ 52,6 bilhões no primeiro semestre de 2012, com um total de 69 operações, registrando queda de 36,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. O número de operações também recuou, embora a queda, de 18,8%, tenha sido menos acentuada. No primeiro semestre de 2011 foram anunciadas 85 operações.

 Parte da desaceleração observada no número de anúncios de fusões e aquisições no ano pode ser atribuída à readaptação do mercado à criação, em maio, do novo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Embora a nova lei tenha trazido maior segurança jurídica e defesa da concorrência, a ampliação do seu escopo, com a introdução da análise prévia ao anúncio das operações, gerou alguma incerteza, especialmente em relação aos prazos necessários para a aprovação das negociações e efetivação das operações.

 Enquanto no primeiro trimestre do ano foram realizadas 30 operações, com volume de R$ 16,2 bilhões, no período de abril a junho foram anunciadas 39, com volume de R$ 36,4 bilhões. A forma de pagamento predominante dos negócios em 2012 foi a liquidação em dinheiro, que representou 66% do volume financeiro, seguida pelo pagamento em ações, que correspondeu a 25,5% do total.

Abaixo, alguns quadros em destaque:








Fonte: Anbima 21/08/2012

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