CPFL Renováveis deve destinar 20% dos recursos arrecadados no IPO para aquisições

Prospecto preliminar aponta para a cifra; Moody´s estima que operação arrecadará R$1 bilhão

 A CPFL Renováveis prepara uma oferta inicial de ações para captar recursos para investimentos e aquisições de ativos. Em um prospecto preliminar enviado à Comissão de Valores Mobiliários, a empresa detalha, ainda sem estabelecer quanto a operação envolverá, que 80% do total arrecadado vai bancar investimentos em projetos em desenvolvimento. Outros 20% permitirão que a companhia vá às compras.

 A empresa diz que a "estratégia de crescimento" prevê "aquisições como forma de acelerar" a expansão e ainda afirma que o mercado em que atua é "bastante fragmentado, oferecendo oportunidades". Mas ressalva que não é possível prever quando um negócio desses acontecerá e diz que, caso não seja possível usar os recursos em transações do tipo, eles serão empregados como capital de giro.

 No início de julho, a agência de classificação de risco Moody´s estimou que o IPO da CPFL Renováveis deverá acontecer ainda neste ano e captar aproximadamente R$1 bilhão. Caso a previsão se concretize, a empresa teria R$200 milhões em caixa para ir ao mercado.

 Criada pela fusão de ativos da CPFL e da Energias Renováveis SA - Ersa -, a CPFL Renováveis tem hoje 850MW em usinas em operação, entre eólicas, plantas a biomassa e pequenas centrais hidrelétricas (PCHs). O portfólio contém ainda 885MW em construção e 2,7GW em desenvolvimento.

 O histórico da empresa, apesar de recente, tem uma longa lista de aquisições, que incluem a PCH Santa Luzia, a Siif Énergies e a Bons Ventos, que possuem parques eólicos prontos, e um grupo de usinas a vento da espanhola Cobra Instalacciones - essas ainda a serem construídas.

 A CPFL Renováveis tem 63% das ações nas mãos da CPFL Energia. Outros membros da companhia são Pátria Investimentos (9,4%), Eton Park, por meio da Secor LLC (9,24%), BTG Pactual, por meio do FIP Brasil Energia (7,6%), Bradesco, por meio do FIP Multisetorial Plus (5%), GMR Energia (3,2%) e DEG KFW (2,4%). Por Luciano Costa
Fonte: jornaldaenergia 02/08/2012