Os investimentos chineses na BM&FBovespa chegaram a R$ 3,4 bilhões em 2011 e já têm 22 das chamadas contas 2.689 abertas na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Para facilitar o acesso e as informações dos mercados de capitais, a bolsa brasileira assinou memorando de entendimento (MoU) com a China Universal, administradora de recursos da China, durante 3º Fórum do Mercado de Capitais Brasil-China, realizado nesta quinta-feira no Rio de Janeiro.
O propósito do MoU, também visa aproximar as duas instituições, facilitar contatos com participantes do mercado e órgãos reguladores, além de permitir troca de informações e possibilitar o desenvolvimento de novos negócios no futuro.
A Resolução CMN 2.689/2000 permite a investidores não residentes (individuais ou coletivos, pessoas físicas ou jurídicas, fundos ou outras entidades de investimento coletivo) acesso aos mesmos produtos do mercado financeiro e de capitais brasileiro disponíveis aos investidores residentes.
Dessa fsorma, segundo o presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, os "investidores 2.689" podem, por exemplo, investir em bolsas de mercadorias e futuros, bolsas de valores e fundos de investimento regulamentados pela CVM.
Citou ainda oportunidades geradas pelo fato de a autoridade reguladora chinesa ter autorizado 59 fundos locais a investirem no exterior, com recursos que chegam a US$ 10 bilhões.
O presidente da Shangai Stock Exchange, Zhang Yujun, destacou o interesse chinês em fazer um intercâmbio com a BM&FBovespa, intermediários e investidores brasileiros. "Nossos produtos (financeiros) ainda não são tão sofisticados, por isso precisamos dessa troca", disse.
ETF
O presidente da BM&FBovespa afirmou que a bolsa paulista pretende listar fundos de índices (conhecidos como ETF) na bolsa de Xangai, com o objetivo de incentivar os investimentos chineses nos mercados financeiros do Brasil, que ainda são considerados baixos.
Segundo ele, é possível que os ETFs sejam atrelados ao Ibovespa e a intenção é que o produto comece a funcionar em 2013, mas ainda depende de questões regulatórias. Também deverá haver algum produto do mercado acionário chinês, como ETFs, listado no Brasil.
Depois de anos de relacionamento com o país asiático, Edemir afirmou que o momento é de materializar estas conversações, com foco principalmente em produtos, como derivativos, além dos ETFs.
"A gente aposta muito na China (...). Daqui a alguns anos, a China terá o maior Produto Interno Bruto do mundo", disse o executivo. O volume de transações de chineses no mercado de capitais brasileiro ainda é considerado baixo, mas tem aumentado. "É preciso que bancos e corretoras se envolvam neste processo", disse.
Fonte: Monitor Mercantil 30/08/2012
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