O número de empresas de TI voltadas a software e serviços cresce, o faturamento total do setor avança mais rápido que o cenário geral da economia e há gradativamente mais profissionais formalizados no setor. Mas o crescimento de atividades com menor valor agregado teve impacto direto na taxa de inovação, que é declinante.
Essas são as principais constatações do Observatório Softex, apresentado nesta terça-feira, 10/7, no Ministério de Ciência e Tecnologia, o qual indica que em 2012 o faturamento da indústria de software e serviços deverá bater os R$ 71,6 bilhões, distribuídos pelas 73 mil empresas atuantes no país.
Entre os pontos positivos, o relatório destaca que o aumento das receitas, de 8,2% ao ano entre 2003 e 2009, se dá em ritmo mais acelerado que a criação de novas empresas (4,3% a.a).
O perfil das empresas, porém, está mudando. Vão ganhando participação as empresas com menos de 20 funcionários, as principais responsáveis pelo aumento das receitas no setor.
No entanto, parte desse crescimento se dá em atividades de menor valor agregado – como manutenção e reparação de equipamentos, por exemplo, em detrimento daquelas voltadas ao desenvolvimento de softwares sob encomenda.
Inovação em queda
No geral, o setor está investindo menos em inovação – a taxa caiu 9,4 pontos percentuais na comparação entre os períodos de 2006 a 2008, quando ficou em 48,2%, e 2003 a 2005.
“A queda se dá em empresas de diferentes portes, mas sobretudo nas maiores, com mais de 500 empregados”, explica a gerente do Observatório Softex, Virgínia Duarte.
Na prática, em 2008 as empresas investiram R$ 1,6 bilhão em atividades inovadoras, o que correspondeu a 3,1% da receita líquida do setor. O valor fica bem abaixo dos R$ 2,1 bilhões de 2005, especialmente se considerado que, naquele período, representava 5,2% das receitas. Por Luís Osvaldo Grossmann e Luiz Queiroz
Fonte: Convergência Digital 10/07/2012
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