16 maio 2012

Fundador do Skype e do Kazaa procura oportunidades no Brasil

O sueco Niklas Zennström revolucionou pelo menos dois mercados. Para alguns, foi o responsável por acabar com a indústria da música, acostumando as pessoas a consumir arquivos digitais pela internet, sem pagar por eles. Depois, ele também trouxe ao mercado a ideia de que se pode fazer ligações internacionais de graça, de computador para computador, via internet.

 Em 2000, Zennström fundou o Kazaa, um programa de compartilhamento de arquivos do tipo peer to peer (ponto a ponto). Naquele momento, os usuários de internet descobriram uma maneira de enviar música uns para os outros. Começava ali o pesadelo das gravadoras. 'O que aconteceu é que elas foram muito lentas para se adaptar às mudanças', diz Zennström. Ele conta que ficou desapontado na época porque tentou negociar com essas empresas, chegou a apresentar algumas propostas, mas foi ignorado na época.

 Hoje, lembra ele, as maiores receitas da indústria fonográfica vêm da distribuição de conteúdo digital. Só na iTunes Store, loja de músicas da Apple, 16 bilhões de músicas foram baixadas até outubro de 2011.

 Três anos depois do Kazaa, em 2003, Zennström passou a ser o pesadelo de outra indústria - a de telecomunicações. Ele foi o criador do serviço de voz e vídeo mais usado na internet. No Skype, as ligações do Brasil para os Estados Unidos custam R$ 0,05, quando a chamada é feita para um telefone. Mas, quando as duas pessoas usam o programa desenvolvido pelo sueco, a ligação é gratuita. O Skype acabou sendo comprado pelo eBay e depois pela Microsoft.

 O currículo do empreendedor também contempla o Joost, um serviço de distribuição de vídeo online que não deu certo, e a participação na diretoria da Rovio, criadora dos Angry Birds, e da Rdio, serviço de música. 

Toda essa experiência ele emprega, agora, no fundo de venture capital internacional que criou há seis anos, o Atomico. Como muitos investidores, está de olho nas oportunidades da América Latina.

 Oportunidades. Ontem, ele estava em São Paulo para anunciar a próxima jovem empresa a atuar no mercado brasileiro. A sueca Wrapp, aplicativo para distribuição de presentes via Facebook, quer tirar proveito do engajamento dos brasileiros nas redes sociais, como afirma o diretor de operações da empresa, Carl Fritjofsson. O Brasil é o segundo país com o maior número de usuários totais no Facebook e o sexto com o maior número de usuários no aplicativo móvel da rede.

 Outras empresas que o Atomico apoia no Brasil são as startups Pedidos Já, do Uruguai, Cinefis e Restorando, da Argentina, e Bebê Store e Connect Parts, do Brasil. O fundo já investiu, internacionalmente, cerca de US$ 210 milhões em duas rodadas. / N.F.
Fonte:estadao 16/05/2012

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