15 abril 2012

Grupo português Ongoing fecha a compra do portal iG

Assinatura será amanhã; portal é o 5º do país em número de visitantes, em ranking que é liderado pelo UOL

O grupo português Ongoing, que edita os jornais "Brasil Econômico" e "O Dia", fechou a compra do portal iG, que pertence à Oi.

A Folha apurou que faltam detalhes para que o negócio seja formalizado em um contrato, que deve ser assinado amanhã. Os valores não foram revelados.

Três grupos chegaram a analisar a compra do iG. Primeiro foi a divisão de internet da RBS, no início deste ano. As conversas não prosperaram por dois motivos: o valor era alto demais e o perfil dos visitantes do portal não se alinhava com a estratégia da RBS na internet.

Após a desistência da RBS, os portugueses seguiram sozinhos até que o banqueiro André Esteves, dono do BTG Pactual, também se apresentou interessado na compra. O valor pedido pela Oi também foi um impeditivo.

A Folha apurou que, embora a proposta dos portugueses contemple um prazo maior para o pagamento, eles aceitaram as cifras pedidas.

Segundo o Ibope, o iG é o quinto maior portal do país em número de visitantes. Em março, foram 23,48 milhões de visitantes únicos.

Está atrás do R7 (da Rede Record), que teve 23,571 milhões de visitantes únicos; do Terra (da Telefônica), com 29,508 milhões de visitantes; da Globo.com (das Organizações Globo), com 29,619 milhões de visitantes e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha, que é líder com 34,324 milhões de visitantes.

ANTECEDENTES

A Oi não tinha pressa em vender seu portal e, por isso, não abriu mão dos valores. A companhia decidiu vender o iG desde que o novo presidente da operadora, Francisco Valim, assumiu o comando, em agosto do ano passado.

Com o desafio de melhorar o desempenho financeiro da companhia e recuperar a capacidade de investimento, Valim tinha a missão delegada pelos controladores da Oi de focar na operação de infraestrutura (acessos à telefonia, internet e TV paga).

Embora estivessem presentes na internet, os controladores da Oi nunca acharam que esse era um negócio do grupo. Por isso, decidiram abrir mão do iG.

A decisão ganhou força especialmente após a aquisição da Brasil Telecom, em janeiro de 2009, que fez explodir o grau de endividamento da Oi a ponto de comprometer seus planos de investimento.

No ano passado, o endividamento da companhia foi reduzido pela metade com a entrada da PT (Portugal Telecom) no bloco de controle, um acordo fechado em julho de 2011.

Com a chegada dos portugueses, o foco passou para os negócios na rede de dados (basicamente internet e TV), algo que, em Portugal, elevou a rentabilidade da PT.

Antes de atuar diretamente no Brasil, o Ongoing tinha presença no país por meio de sociedade em empresas como a Vivo e a própria Portugal Telecom. Por JULIO WIZIACK
Fonte:FolhadeSP 15/04/2012

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