Na busca por completar atividades e ampliar a oferta de serviços, as agências de comunicação foram às compras. De acordo com o Anuário Brasileiro de Comunicação Corporativa, do Comunique-se, de 817 operações de fusões e aquisições ocorridas no Brasil em 2011, 59 envolveram empresas de telecomunicações e mídia, um salto de 110,7% comparado a 2010.
A estratégia para crescer rapidamente e a busca pela internacionalização guiou a consolidação dos grupos MZ e MVL para a criação da @atitude Global. As uniões da In Press Porter Novelli com a Media Guide Comunicação e da Approach com a Marca Comunicação são apenas alguns exemplos da movimentação do setor no ano passado.
"O mercado fragmentado das agências dá lugar a empresas de maior porte para atender o mercado interno e externo", afirma Rodolfo Zabisky, CEO da @titude global. Segundo Carlos Carvalho, diretor executivo da Associação Brasileira das Agências de Comunicação (Abracom), as fusões permitem às empresas ganhar relevância em um mercado cada vez mais exigente e competitivo.
Centralizar diversas necessidades de comunicação de grandes empresas foi o objetivo da criação da holding @titude Global que consolidou a MVL e Bric - para comunicação corporativa -, a MZ - especializada em relações com investidores -, a, Lead - com foco em governança - e as agências digitais AMPM e Pixit voltadas para vídeo.
"Em 2009, nosso foco era a sobrevivência e o crescimento. A sociedade com fundos de private equity permitiu pensar na perpetuidade do negócio", afirma Zabisky. O movimento visa não só atender o mercado brasileiro, mas expandir o modelo para empresas internacionais. Por meio de fusões, a agência abriu escritórios nos Estados Unidos, China e Hong Kong. No início deste ano a subsidiária do grupo, a MZCAN de Hong Kong fundiu-se à chinesa Beijing Joinn Alliance Investment & Consultancy, que presta serviços financeiros e de relações com investidores criando a MZ China. Sua subsidiária, a MZIlios adquiriu os ativos da americana Ilios Partners. O resultado foi a expansão da carteira para mais de 500 clientes em 12 países, incluindo as gigantes Cisco, 3M, Coca Cola e Yahoo.
Em maio, um fundo de private equity vai aportar R$ 40 milhões para mais aquisições. "Temos planos de comprar uma grande empresa americana e uma latino-americana", afirma Zabisky. De um faturamento atual de US$ 30 milhões, a meta é saltar para US$ 200 milhões em 2014 e fazer um IPO em Hong Kong em 2015. "A estratégia é criar um grupo independente com presença global e faturamento robusto, com escritórios próprios em três continentes", diz Zabisky.
Na In Press Porter Novelli os movimentos de consolidação visaram complementar áreas de negócios. A fusão com a Media Guide Comunicação adiciona a área de esportes aos segmentos de comunicação externa, comunicação interna, mídia digital, conteúdo e publicações, gestão de crises, pesquisa, serviços governamentais e treinamento. "Unimos profissionais qualificados e nos preparamos para atender a área de esportes, bastante ativa até 2016", afirma a diretora presidente da In Press Porter Novelli, Kiki Moretti.
A joint venture com a Oficina da Palavra, de Brasília, trouxe o segmento de clientes governamentais. A estratégia permitiu ultrapassar a marca de 100 contas e um total de 370 profissionais. A In Press também pretende investir em sustentabilidade e serviços de vídeo a partir de núcleos internos e não por meio de novas aquisição. No ano passado a agência teve receita de R$ 53 milhões e a previsão neste ano é chegar a R$ 65 milhões.Por Ana Luiza Mahlmeister
Fonte: Valor Econômico26/04/201
Nenhum comentário:
Postar um comentário